quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Conselho Mundial de Igrejas (CMI): A conexão com a KGB

Artigo original: https://www.frontpagemag.com/fpm/56261/world-council-churches-kgb-connection-mark-d-tooley
em 03 de Março de 2010
escrito por Mark D. Tooley

Conselho Mundial de Igrejas (CMI): A conexão com a KGB

Novo livro detalha como os Soviéticos utilizaram o Conselho Mundial de Igrejas (CMI)

Durante as décadas de 1970 e 1980, a CMI (Conselho Mundial de Igreja), baseada em Geneva na Suiça, entidade a qual milhares de Protestantes e Ortodoxos comungaram conjuntamente, rotineiramente adotou posições pró-União-Soviética e anti-Ocidente. Inclusive com financiamentos a grupos guerrilheiros. Ao longo do tempo, alguns críticos assumiram que a CMI foi apenas inocentemente refém da "Teologia da Libertação", doutrina que troca a salvação da alma pela luta revolucionária de classes e a revolução socialista.

Porém, um novo livro, escrito por um autor Búlgaro, revela como a KGB e a inteligência Búlgara explorou a sua associação com a Igreja Ortodoxa Búlgara para diretamente influenciar a CMI e a "Conferência das Igrejas Europeias". No "Entre Fé e Compromisso", o historiador Búlgaro Momchil Metodiev relata como os Soviéticos e seus agentes Búlgaros empregaram a igreja Ortodoxa Búlgara e a CMI para promover globalmente os objetivos estratégicos da União Soviética.

"A participação da igreja Búlgara em organizações ecumênicas não foi inspirada pela idéia do diálogo interdenominacional e cooperação", Metodiev nos informa, antes do lançamento do seu livro neste mês (em 2010). "Se, na percepção popular, as organizações de segurança do Estado são classificadas como um Estado dentro do Estado, então estas atividades ecumênicas, conduzidas pelos representantes do Bloco Soviético, podem ser consideravas uma Igreja dentro da Igreja", escreveu Metodiev, que pesquisou os arquivos Comunistas da Bulgária para o "Projeto de História Internacional da Guerra Fria" do Instituto Woodrow Wilson que fica em Washington, D.C, nos Estados Unidos. 

Segundo Metodiev, a inteligência Búlgara já tinha identificado a CMI como "alvo para penetração" antes mesmo que a Bulgária e outras igrejas do Bloco Oriental tivessem entrado para a CMI em 1961. Ele também explica no seu novo livro como os serviços de inteligência do Bloco Oriental e os Comitês Comunistas sobre assuntos das Igrejas colaboraram para influenciar grupos ecumênicos, como a CMI. Metodiev escreve que durante a década de 1970, o bispo da Igreja Ortodoxa Russa da cidade de Leningrado, Boris Georgiyevich Rotov, também conhecido como Nikodim, sob ordens da KGB, comandou esta colaboração, enquanto o bispo da Igreja Ortodoxa Búlgara da cidade de Stara Zagora, Pankratii, fez a sua parte na Bulgária. Nikodim, que previsivelmente trabalhou em união com a frente Soviética, ajudou a "Confererência da Paz Cristã", organização baseada em Praga na Bulgária, a se tornar o presidente da CMI em 1975, após amedrontar delegações do Terceiro Mundo com ameaças que a ajuda financeira da União Soviética seria cortada caso elas não cooperassem.

Os serviços de inteligência do Bloco Oriental, utilizando as igrejas dos países Orientais que faziam parte da CMI, ajudaram a garantir que a CMI mantivesse seu foco em criticar os Estados Unidos e seus aliados, enquanto desviava qualquer interesse em abusos dos Direitos Humanos do Bloco Oriental e Soviético. Metodiev diz que uma rara exceção aconteceu numa assembléia em 1975 em Nairobi no Quênia, quando alguns delegados tentaram abordar uma discussão sobre repressão religiosa na União Soviética. Neste encontro, um delegado Suíço chamado Jacques Rossel propôs a seguinte posição: "A CMI se mostra preocupada com as infrações sobre liberdade religiosa, especialmente na União Soviética. Esta Assembléia Geral respeitosamente pede ao governo da União Soviética para obedecer o Artigo 7 do Acordos de Helsínquia".

Até mesmo esta crítica bastante branda iniciou uma tempestade de controvérsias dentro da ala extrema-esquerda da CMI e falhou em conseguir os dois-terços dos votos das delegações da CMI. Uma sátira apareceu no salão de exibições da CMI parodiando o tema da conferência que era "Cristo Libera e Une" para "Cristo liberou Jacques Rossel para fazer a sua moção; ele uniu os delegados da Europa Oriental; porém, irá ele dividir a CMI?".

No meio desta confusão, totalmente diferente da calmaria das posições pro-União-Soviética da CMI, os delegados aprovaram um novo compromisso para o próximo dia, e sem nenhuma vergonha declararam que "tendo gasto um considerável tempo debatendo os supostos não cumprimentos das liberdades religiosas da União Soviética" conclui que "as igrejas em diferentes partes da Europa vivem e trabalham sob diferentes condições". Até mesmo esta não-crítica da União Soviética foi demais pra os delegados Russos, que se abstiveram em protesto "da embaraçosa atmosfera que a discussão infelizmente inflamou". Após este episódio de 1975, a CMI começou a evitar quaisquer tentativas de, até mesmo de tacitamente, admitir qualquer problema com liberdade religiosa em todo o Bloco Oriental.

O livro de Metodiev aborda este evento de 1975 e revela, também, que os serviços de inteligência da União Soviética e da Bulgária fizeram de tudo para garantir a seleção do Búlgaro Todor Sabev como Secretário Geral da CMI.

Sabev era professor de um Seminário em Sofia, na Bulgária, e fundou o "Instituto de História da Igreja" e os "Arquivos do Patriarcado da Bulgária" para a igreja Búlgara. Ele se envolveu imediatamente com a CMI após a entrada da Bulgária, servindo os Comitês Centrais e Executivos da CMI nas décadas de 1960 e 1970. Em 1979 ele se tornou o Secretário Geral da CMI, focando os laços da CMI com as igrejas Ortodoxa e com a Católica Romana até sua aposentadoria em 1993. "Um amigo e colega devoto, ganhou a confiança e confidência de todos com quem trabalhou", relembra o novo Secretário Geral Samuel Kobia quando da morte de Sabev em 2008. "Ele será lembrado por sua bondade e sua sinceridade, sempre pronto para servir a todos, em qualquer momento, sob quaisquer circunstâncias. Por conta da sua personalidade que combinava autoridade moral com calor humano, ele fez o papel de construtor-de-pontes entre o Oriente e o Ocidente, entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica Romana". Claro, Kobia não citou a longa lista de serviço como agente ao Comunismo da Europa Oriental de Sabev.

Num relatório da "Agência de Notícias Internacionais Ecumênicas" (ENI), a CMI oficialmente tentou minimizar algumas acusações sem nunca negá-las. "Estas alegações não são novas", insistiu Martin Robra, Diretor da CMI. "Até mesmo durante a Guerra Fria, já era largamente sabido que os representantes das igrejas dos países Comunistas eram obrigados a reportar todas as suas atividades para as autoridades dos seus países." Claro, durante a Guerra Fria, a CMI nunca reconheceu esta situação e sempre preferiu fazer de conta que as igrejas do Bloco Oriental eram livres e que não eram mais manipuladas do que as Igrejas Ocidentais. "As Atas e políticas da CMI são totalmente públicas. Não há segredos a serem descobertos", Robra afirmou a ENI. "Foi muito mais importante nutrir este relacionamento com as igrejas detrás da Cortina de Ferro e ajudá-las o máximo possível, do que dividir as nações."

Apenas após o colapso do Bloco Oriental Comunista que alguns dos oficiais da CMI timidamente admitiram que eles deveriam ter falado mais sobre a opressão religiosa sob o Comunismo. Porém, até hoje, eles tentam empurrar alegações que a cooperação com as igrejas do Bloco Oriental, e até com os governos Comunistas, abriu diversas portas e que foi fundamental para a conclusão pacífica da Guerra Fria. "As posições da CMI à favor da justiça e da paz nunca seguiu nenhum plano da KGB, e sim do Gospel de Cristo, o príncipe da Paz, aquele que comunga dentre os mais vulneráveis e sofridos", Robra assegurou a ENI.

Livros como este do Metodiev, baseados em pesquisas dos arquivos Comunistas, estão incrementalmente confirmando que a CMI e diversos outros grupos religiosos seguiram sim os planos da KGB durante a Guerra Fria. A pergunta que fica é, já que a CMI continua a sua defesa da extrema-esquerda, qual plano eles estão seguindo agora?

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Vídeos do Yuri Bezmenov

Atualização dos vídeos do Yuri Bezmenov com vídeos legendados para português.
World Thought Police - Traduzido para Portugês

http://amizadedasnacoes.blogspot.com/2016/02/world-thought-police-traduzido-para.html

Vídeo:

0:00:21
Entrevista em forma de documentário em 1984 para G. Edward Griffin. Legendas por David Carvalho.

1:21:39
Palestrada dada em uma universidade de Los Angeles em 1983, também legendada e editada por David Carvalho.

2:24:52
Anexo da palestra anterior, autoria desconhecida.

2:33:12
Vídeo curto didático feito pelo Zé Oswaldo estabelecendo um comparativo paralelo entre trechos da palestra e elementos da realidade brasileira atual.



Demoralization, Destabilization, Insurgency, Normalization
https://mcalvanyintelligenceadvisor.com/demoralization-destabilization-insurgency-normalization

domingo, 1 de julho de 2018

Agentes da StB no Brasil

Siglas:

KSČ = Partido Comunista da Tchecoslováquia (Komunistická strana Československa)
MV = Ministério do Interior (Ministerstvo Vnita)

Václav Bubenícek (codinome: Bakalár)

1953: Membro da KSC
1957: Contratado pelo StB
1958-1962: Membro da rezidentura no Brasil
1965-1967: Residente da Embaixada do Brasil (Segundo Scretário)
1969-1971: Venezuela

Links:

O ponto em branco no mapa – Equador
https://stbnobrasil.com/pt/o-ponto-em-branco-no-mapa-equador

Jirí Stejskal (codinome: Borecký)

1953: RFA e Áustria
1957: Seção da América Latina
até 1964: Chefe da Seção da América Latina
1964-1969: Chefe da Seção 8 (Operações Ativas e Desinformação)
1970: Despedido da StB

Links:

Levem o trabalho em La Paz muito a sério
https://stbnobrasil.com/pt/levem-o-trabalho-em-la-paz-muito-serio

Raúl Castro, os arquivos da StB e o serviço secreto cubano
https://stbnobrasil.com/pt/raul-castro-os-arquivos-da-stb-e-o-servico-secreto-cubano

Ladislav Bittman (codinome: Brytcha)

1946: Membro da KSC
1955: Contratado pelo StB (Seção Alemanha Ocidental)
1961: Membro da rezidentura de Berlim
1964: Chefe Suplente da Seção 8 (Operações Ativas e Desinformação)
1966-1968: Membro da rezindetura em Viena
1968: Desertou para os Estados Unidos

Links:

The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View
https://www.amazon.com/KGB-Soviet-Disinformation-Insiders-View/dp/0080315720

THE DECEPTION GAME 

Ladislav Bittman Professor of Disinformation

Larry Bittman Interview 2009
https://www.youtube.com/watch?v=wTPIgmFa6ys

Medidas Ativas ou Operação Ativas (legendado para português)

Larry Bittman BBC Interview 1990
https://www.youtube.com/watch?v=sszmFjMGfws

Soviet Bloc Intelligence and Its AIDS Disinformation Campaign
https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/csi-studies/studies/vol53no4/pdf/U-%20Boghardt-AIDS-Made%20in%20the%20USA-17Dec.pdf

The Spy Who Came Into the Classroom Teaches at Boston U.
https://www.nytimes.com/1994/04/27/us/the-spy-who-came-into-the-classroom-teaches-at-boston-u.html?pagewanted=all&src=pm

Artigos do Olavo de Carvalho sobre o Ladislav Bittman:

http://www.olavodecarvalho.org/falsificacao-integral/
http://www.olavodecarvalho.org/a-kgb-no-brasil/
http://www.olavodecarvalho.org/monopolio-e-choradeira/
http://www.olavodecarvalho.org/estudar-antes-de-falar/
http://www.olavodecarvalho.org/a-historia-invertida/
http://www.olavodecarvalho.org/credibilidade-zero/
http://www.olavodecarvalho.org/notinhas-deprimentes/
http://www.olavodecarvalho.org/o-mito-da-imprensa-nanica-ii/
http://www.olavodecarvalho.org/questao-de-honra/
http://www.olavodecarvalho.org/quatro-decadas-de-fraude/
http://www.olavodecarvalho.org/o-orvalho-vem-caindo/
http://www.olavodecarvalho.org/lavagem-de-noticias/
http://www.olavodecarvalho.org/poroes-lacrados/
http://www.olavodecarvalho.org/passado-e-presente/
http://www.olavodecarvalho.org/o-homem-de-muitos-narizes/
http://www.olavodecarvalho.org/leituras-militares/
http://www.olavodecarvalho.org/mentiras-que-rendem/
http://www.olavodecarvalho.org/do-forum-ao-jardim/
http://www.olavodecarvalho.org/sugestao-aos-colegas/

Miloslav Cech (codinome: Cada)

1946: Membro da KSC
1957: Contratado pela StB
1958: Membro da Rezidentura do Canadá
1962: Membro da Rezidentura dos EUA
1963-1968: Chefe da Seção I (Assuntos Americanos) na Central
1968: Promovido a Chefe do Primeiro Departamento do Serviço de Inteligência

Josef Houska (codinome: Houska)

19xx: Chefe da Admintração Provincial do MV em Bratislava
1961-1968: Chefe do Primeiro Departamento do Serviço de Inteligência
1968-1980 Diretor de diversos departamentos do MV

Links:

Uruguai – Novas descobertas
https://stbnobrasil.com/pt/uruguai-novas-descobertas

O serviço de inteligência técnico-científico tchecoslovacohttps://stbnobrasil.com/pt/o-servico-de-inteligencia-tecnico-cientifico-tchecoslovaco

Frantisek Vacula (codinome: Jezerký)

1955: Contratado pela StB
1957:1962: Membro da rezidentura do Brasil
1967-1970: Membro da rezidentura do Uruguai
1970-1977: Membro da Seção da América Latina

Vladimír Knop (codinome: Kavan)

1957: Membro da KSC
1960-1961: Especialista Comercial da PZO Pragoexport, em Havana
1962: Contratado pela StB
1967-1971: Membro da rezindetura do Rio de Janeiro
1971-1974: Membro da rezindetura da Venezuela
1974-1984: Trabalhou em Moscou até a posição de Chefe Suplente da Seção 52

Jaroslav Miller (codinome Miller)

1945: Membro da KSC
1948: Trabalhou na MV
1953-1961: Chefe do Primeiro Departamento da StB
1961: Rebaixado pelo uso de métodos ilegais de trabalho

Links:

A instalação da rezidentura uruguaia
https://stbnobrasil.com/pt/instalacao-da-rezidentura-uruguaia

Josef Mejstrík (codinome: Moldán)

1945: Membro da KSC
1952: Contratado pela StB
1954-1958: Membro da rezindetura do Rio de Janeiro
1960-1962: Membro da embaixada em Quito
1962-1966: Membro da rezindetura em Brasília
1968: Membro da rezindetura de Buenos Aires
1971: Embaixador Tcheco em Lima

Links:

Rubens Paiva, um esquerdista radical nos documentos da StB
https://stbnobrasil.com/pt/rubens-paiva-um-esquerdista-radical-nos-documentos-da-stb

América Latina – panorama geral (ano 1963)

Miroslav Nemecek (codinome: Nepomucký)

1953: Membro da KSC
1956: Membro da embaixada no Rio de Janeiro
1960: Contratado pela StB
1960-1962: Membro da rezidentura do Rio de Janeiro
1962-1969: Trabalohu na Central na Seção da América Latina

Ludvík Neckar (codinome: Nesvadba)

1947: Membro da KSC
1955: Contratado pelo StB
1955-1958: Trabalhou na Seção Americana
1958-1962: Membro da rezindetura do Brasil
1964-1966: Trabalohu na Central de Praga na Seção 8 (Operações Ativas e Desinformação)
1966-1967: Chefe Suplente da Seção 1 (Americana)
1968: Membro da rezindetura de Santiago

Zdenek Kvita (codinome: Peterka)

1953: Contratado pela StB
1954: Trabalhou na Seção da América Latina
1956-1960: Membro da rezindetura do México
1960-1961: Membro da rezindetura de Cuba
1962-1964: Membro da rezindetura do Rio de Janeiro
1965: Suplente na rezindetura em Cuba e depois trabalhou na Central na Seção da América Latina
1970: Trabalohu na Central na Seção Afro-Asiática

Links:

Raúl Castro, os arquivos da StB e o serviço secreto cubano

América Latina – panorama geral (ano 1963)

Zdenek Propilek (codinome: Pomezný)

1950: Funcionário do MV
1952: Membro da KSC
1959: Contratado pela StB
1961-1962: Membro da rezidentura do Brasil
1964-1968: Membro da rezidentura do Brasil
1970: Membro da rezidentura de Santiago
1973-1975: Membro da rezidentura de Lima
1975-1979: Trabalhou an Central na Seçao 52 (América Latina)
1979: Chefe Suplente da Seção 26 (Contra-espionagem no Exterior)

Links:

Tarefas do rastreador na rezidentura Rio de Janeiro
https://stbnobrasil.com/pt/tarefas-rastreador-na-rezidentura-rio-de-janeiro

Jan Stehno (codinome: Skorepa)

1951: Membro da KSC
1955-1958: Membro da rezindetura da Argentina
1962-1965: Membro da rezindetura do Brasil
1965-1966: Chefe Suplente da Seção I (Americana)
1972: Membro da rezidentura de Bruxelas
1986: Chefe Suplente do Primeiro Departamento

Links:

Josué Guimarães, novas informações sobre escritor e jornalista brasileiro
https://stbnobrasil.com/pt/josue-guimaraes-novas-informacoes-sobre-escritor-e-jornalista-brasileiro

América Latina – panorama geral (ano 1963)

Josef Tománek (codinome: Tacner)

1957: Membro da KSC
1960: Contratado pela StB
1960-1964: Trabalhou na empresa STROJEXPORT
1964-1968: Membro da rezidentura do Brasil como funcionário do Ministério de Comércio Exterior
1971-1977: Membro da rezidentura de Paris
1977-1979: Trabalhou na Central na Seção 42 (Europa Ocidental e OTAN)

Jirí Kadlec (codinome: Treml)

1945: Membro da KSC
1950: Membro do MV
1951: Contratado pela StB
1952: Fundou a rezidentura do Rio de Janeiro
1952-1955: Membro da rezidentura do Rio de Janeiro
1955-1978: Membro de outras 6 rezindeturas
1978-1982: Membro da rezidentura de Madrid

Links:

O agente Alegre com um triste fim
https://stbnobrasil.com/pt/o-agente-alegre-com-um-triste-fim

Serviço secreto soviético considerou “causar guerra civil no Brasil” em 1961
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/04/politica/1528124118_758636.html

HONZA, TREMLhttps://web.archive.org/web/20170107213346/http://cepol24.pl/stb/res_treml.html

Zdenek Vrána (codinome: Velebil)

1953: Membro da KSC
1955: Contratado pela StB
1958: Membro da rezindetura de Nova Iorque
1961: Trabalhou na Central na Seção Cube e o Caribe
1961-1964: Membro da rezidentura de Cuba

Links:

Um agrado para Che Guevara
https://stbnobrasil.com/pt/um-agrado-para-che-guevara

quinta-feira, 28 de junho de 2018

A Conversão da Khaddafi: Pode um pau nascido torto se endireitar?

A Conversão da Khaddafi: Pode um pau nascido torto se endireitar?
por Ion Mihai Pacepa em 29/12/2003

Arquivo recuperado do artigo original em:
https://web.archive.org/web/20140220134329/http://old.nationalreview.com/comment/pacepa200312290001.asp

Como chefe da inteligência estrangeira da Romênia, trabalhei muito próximo ao Muammar Khaddafi, da Líbia, antes de deserdar para o Ocidente em 1978. Era eu o encarregado por Khadaffi e quem aparelhou os seus programas de armas que, ele, agora tão avidamente revela para a ONU. Em 1972, Moscou decidiu mobilizar três governos esquerdistas Árabes - Líbia, Iraque e Síria - e grupos terroristas como a “Organização para a Libertação da Palestina” (OLP, ou PLO em inglês), contra o nosso inimigo em comum, “o imperialismo-zionista Americano”.

Yuri Andropov, o então chefe da KGB, delegou a Líbia para a Romênia. Nós, na Romênia, já tínhamos ótimas conexões com Khaddafi. Tanto ele como Kim Il Sung da Coreia do Norte há tempos utilizam especialistas Romenos em armas químicas, assim como uma tecnologia nossa (Romena) de bombas radioativas tão pequenas quanto maletas.

O Iraque é o bebê de Moscou. Já a Síria, Andropov me disse, era a próxima da lista, onde o presidente Hafez, irmão do Assad já era um dos nossos, muito-bem-pagos agentes.

Khaddafi, na minha opinião, não é um homem de honra. Muito pelo contrário, ele morre de medo de morrer. Ele não se vislumbra com o destino do Saddam Hussein. Tiranos são sempre paranoicos, por motivos óbvios. Nicolae Ceaușescu, ditador da Romênia, por exemplo, nunca comia nada até que alguém se certificasse que não havia veneno. Khaddafi deve calcular que a sua melhor chance de manter a sua fortuna e a sua posição é costurar acordos que tirem a Líbia das listas dos governos mais trapaceiros do mundo. A sua estratégia deve ser exatamente a mesma dos soberanos da China, alguns anos após a morte do Mao Tse-Tung, que humoristicamente anunciaram ao Ocidente que mudariam, porém mantendo tudo exatamente igual.

Conciliações nunca funcionam com estes tipos de pessoas. Porém o medo algumas vezes sim.

O presidente Bill Clinton, uma vez, tentou apaziguar a situação com Yasser Arafat forçando-o a cooperar. O convidou à Casa Branca e o tratou como um Chefe de Estado. O resultado? O terrorismo na Palestina apenas cresceu. Já o presidente Jimmy Carter bajulava ilimitadamente o meu antigo chefe, Nicolae Ceausescu, saudando o tirano como “um grande estadista e um líder internacional”. Ceausescu considerou esta bajulação como um certificado para continuar o seu ataques terroristas. Pouco tempo depois, ele contratou Carlos, o Chacal, para explodir o escritório da rádio “Europa Livre” em Munique.

Meu último encontro com Khaddafi foi em 1978, quando voei para Trípoli, capital da Líbia, para perguntá-lo se ele se interessava em financiar a transformação de brucelose numa arma biológica, um vírus mortal que possuía o codinome "Brutus". Sendo extremamente rica em petróleo, a Líbia possuía, mais do que suficiente, reservas internacionais para pesquisa científica militar. Sempre se escondendo, Khaddafi já estava três dias atrasados para o nosso encontro. “O seguro morreu de velho”, o seu espião chefe me disse. Manobras paranoicas era o padrão operacional do Khaddafi. Em 1999, ele manteve Kofi Annan, Secretário-Geral da ONU, aguardando por horas.

“Nossa união é a nossa força”, Khaddafi disse, quando finalmente o encontrei na sua tenda verde. “E, por favor, sem segredos entre nós”, ele adicionou num tom de ameaça. Como era o usual, ele estava sentado em seu trono dourado, com seu queixo dentro de uma das mãos. Assim como todos os tiranos, Khaddafi era um covarde que tentava compensar isto agindo como um monarca. Ele concordou em financiar "Brutus" sob a condição que a produção seria compartilhada igualmente, depois me encaminhou ao seu pessoal para os detalhes técnicos.

Encontrei com ele uma vez mais nesta viagem, novamente sentado em eu trono dourado, porém agora em outra tenda. Khaddafi me deu uma mensagem que deveria ser entregue ao Ceausescu - o que ele realmente queria era desenvolver armas nucleares usando as grandes reservas de Urânio no norte da Romênia, particularmente ele queria uma arma radioativa portátil, que pudesse ser carregada. Dinheiro não seria problema, ele me disse.

Eu recomendo que o Ocidente não se vanglorie tão rapidamente da aparente desistência do pau torto Líbio. Precisamos manter os olhos bem abertos em Khaddafi. Eu sei que ele é um mentiroso e um mestre em embromações. Todos os ditadores possuem estas habilidades. Khaddafi vem, ao mesmo tempo, fomentando e renunciando o terrorismo por mais de 20 anos. Logo após a minha deserção, ele anunciou, com fanfarra, a destruição do complexo químico na Romênia chamado Rabta, que por acaso ele mesmo ajudou a construir. Claro, como eu mesmo já havia comprometido as instalações, este ato não foi um ato tão nobre quanto ele tentou fazer parecer. Mais tarde, descobrimos que na verdade ele apenas forjou o incêndio em Rabta, com queimaduras forjadas e queimando pneus de caminhões para criar todo aquele fumaceiro. Enquanto isso ele construia uma segunda fábrica de armas químicas, agora a mais de 30 metros de profundidade, debaixo da montanha Tarhunah, no sul de Trípoli. Em 1992, a CIA estimou que a Líbia tinha produzido 100 toneladas de armas químicas, parte delas usada para construção de bomba aéreas.

Em abril de 1986, eu mesmo ajudei o governo dos Estados Unidos a se vingar do bombardeio da discoteca La Belle em Berlim, comandado por Khaddafi, que acabou com a morte de dois soldados americanos e mais de 200 pessoas feridas. No dia 15 de abril de 1986, aviões Americanos atacaram duas cidades Libanesas: Trípoli e Benghazi, destruindo as tendas do líder libanês Muammar Khaddafi. Segundo relatórios dos jornais, Khaddafi fugiu alguns minutos antes dos ataques.

Depois disso, um "novo" Khaddafi proclamou que ele tinha parado com operações terroristas contra os Estados Unidos. Porém dois anos depois, a Líbia era novamente o cérebro por detrás dos bombardeios do voo PanAm 103 sobre Lockerbie na Escócia, matando todos os 259 passageiros e mais 11 pessoas quando o avião atingiu o chão, o maior ato de terrorismo contra os Estados Unidos até aquela época.

Após Lockerbie, novamente um “novo, novo” Khaddafi apareceu ao mundo. Chamando os ataques terroristas de 11 de Setembro contra os Estados Unidos de “horrorosos”, ele disse que os Estados Unidos tinham todo o direito do mundo de perseguir os terroristas. “Antigamente, eles nos chamavas de trapaceiros”, disse Khaddafi num discurso nacional para a rede de televisão na Líbia. “Eles estavam corretos em nos acusar disso. Porém isto tudo é passado. Nosso comportamento foi revolucionado.”

Tudo isso é passado, ele disse, e agora ele se opõe aos insurgentes islâmicos como a Al Qaeda.

Por debaixo dos panos, porém, Khaddafi ainda me parece ser o mesmo bom e velho patrocinador do terrorismo. Segundo revelações da semana passada, ele continua até hoje a construir, discretamente, um dos maiores estoques de armas químicas do Oriente Médio. Ele, recentemente, adquiriu centrífugas para enriquecer Urânio. Além de ter comprado tecnologia balística da Coreia do Norte.

Visitas preliminares dos Estados Unidos e do Reino Unido a algumas dezenas de instalações para produção de armas nucleares na Líbia indicaram que eles são muito mais avançados do que se acreditava.

É muito bom que Khaddafi, mais uma vez, disse que ele escolheu “por livre e espontânea vontade” desmontar suas armas de destruição em massa. Eu torço para que isso se torne um modelo e que outros ditadores façam o mesmo - e evitem o destino do Saddam Hussein e, tenho a certeza absoluta, que aquela foto dele, passando a imagem de totalmente submisso e derrotado, dá um frio na espinha de todos estes ditadores. Porém devemos nos lembrar que Khaddafi é um charlatão e que contêm ainda algumas cartas escondidas na manga.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Capítulo 5 totalmente traduzido

Demorou mas o Capítulo 5 está totalmente traduzido.

Por favor, avisem-me caso encontrem qualquer erro de tradução ou de português.

Ver demais capítulos.
Ver pdf completo com as últimas atualizações.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Recente nota de apoio das FARC ao Lula

FARC se solidariza con Lula
Confira a nota do partido Fuerza Alternativa Revolucionaria del Común, da Colômbia



El partido Fuerza Alternativa Revolucionaria del Común expresa su solidaridad al compañero y ex presidente brasileño LULA. Rechazamos la decisión adoptada en su contra por el Supremo Tribunal de Justicia de Brasil y demandamos para él todas las garantías políticas y judiciales en el marco de la constitución política brasileña, de su ordenamiento interno y de la legislación internacional.

http://www.pt.org.br/blog-secretarias/farc-se-solidariza-con-lula/

Hugo Chavez conta como conheceu Lula e Raúl Reyes num encontro do Foro de São Paulo



“Recebi o convite para assistir, em 1995, ao Foro de São Paulo, que se instalou naquele ano em San Salvador. (…) Naquela ocasião conheci Lula, entre outros. E chegou alguém ao meu posto na reunião, a uma mesa de trabalho onde estávamos em grupo conversando, e lembro que colocou sua mão aqui [no ombro esquerdo] e disse: ‘Cara, quero conversar com você.’ E eu lhe disse: ‘Quem é você?’ ‘Raúl Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.’ Nós nos reunimos nesta noite, em algum bairro humilde lá de El Salvador. (…) E então se abriu um canal de comunicação e ele veio aqui (…) e conversamos horas e horas. Depois, em uma terceira e última ocasião, passou por aqui também.”


''As Farc têm todo o tempo do mundo'', diz comandante [Raúl Reyes]

Folha de S.Paulo - Vocês têm buscado contato com o governo Lula?

Reyes - Estamos tentando estabelecer --ou restabelecer-- as mesmas relações que tínhamos antes, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência.

Folha de S.Paulo - O sr. conheceu Lula?

Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.

Folha de S.Paulo - Houve uma conversa?

Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.

Folha de S.Paulo - Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?

Reyes - Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.

Folha de S.Paulo - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?

Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

domingo, 28 de janeiro de 2018

Ex-espião Soviético diz "Nós criamos a Teologia da Libertação"

Original: https://www.catholicnewsagency.com/news/former-soviet-spy-we-created-liberation-theology-83634

CNA: Em termos gerais, é possível dizer que o crescimento da Teologia da Libertação teve alguma conexão com o governo Soviético?

Ion Mihai Pacepa: Sim. Eu descobri sobre o envolvimento da KGB na Teologia da Libertação diretamente do General Soviético Aleksandr Sakharovsky, conselheiro chefe do departamento de inteligência estrangeira da Romênia (Razvedka), que foi o meu verdadeiro chefe até 1956, ano que ele se tornou chefe de um dos serviços de espionagem da União Soviética, a PGU, posição que ele manteve por 15 anos, um recorde.

No dia 26 de Outubro de 1959, Sakharovsky e seu novo chefe, Nikita Khrushchev, vieram à Romênia para o que acabou conhecido como "as férias de seis dias do Khrushchev". Ele nunca tinha tirado férias tão longas antes, nem estava na Romênia para realmente descansar. Khrushchev realmente queria entrar na história como o líder Soviético que exportou o comunismo para a América Central e para a América do Sul. Sendo a Romênia o único país com tradições latinas no bloco Soviético, Khrushchev em pessoa foi se certificar que todos os "líderes latinos" estavam prontos para começar as novas guerras pela liberação.

Já ouvi falar do Sakharovsky em teus textos, porém nunca encontrei mais nada relevante sobre ele. Por quê?

Sakharovsky foi um dos segredos Soviéticos dos anos mais quentes da Guerra Fria, naquela época nem mesmo alguns membros dos governos de Israel e do Reino Unido, por exemplo, sabiam a identidade dos agentes da Mossad e do MI-6. Sakharovsky, porém, teve um papel extremamente importante moldando a história da Guerra Fria. Ele foi o responsável pela exportação do comunismo para Cuba; teve uma participação nefasta na crise de Berlim (1958-1961) que culminou na criação do muro de Berlim; e arquitetou a Crise dos Mísseis (1962) que quase começou uma guerra nuclear.

A Teologia da Libertação é um movimento que de algum modo foi criação de alguma equipe do Sakharovsky dentro da KGB, ou é um movimento que foi apenas promovido pela URSS?

O movimento nasceu de dentro da KGB, e tem um nome bem KGB: Teologia da Libertação. Durante aqueles anos, a KGB tinha uma inclinação pelos movimentos de "liberação", por exemplo: o exército pela liberação nacional na Colômbia (FARC), criado pela KGB com a ajuda do Fidel Castro; o exército de liberação da Bolívia, criado pela KGB com a ajuda do Che Guevara; a Organização pela Liberação da Palestina (PLO), criada pela KGB com a ajuda do Yasser Arafat etc... estes foram apenas alguns dos movimentos de liberação criados em Lubyanka, onde fica a sede da KGB.

O nascimento da Teologia da Libertação foi intenção de um encontro super secreto que ocorreu em 1960 chamado "Programa de Desinformação do Partido-Estado" que foi aprovado por Aleksandr Shepelin, presidente da KGB e pelo membro do politburo Aleksey Kirichenko, que coordenava as políticas internacionais do Partido Comunista. Este programa demandava que a KGB tomasse o controle do Conselho Mundial das Igrejas (WCC), baseado em Geneva na Suíça, e o usasse como fachada para transformar a Teologia da Libertação numa ferramenta revolucionária na América do Sul. O WCC era a maior organização ecumênica fora o Vaticano, representando de algum modo 550 milhões de Cristãos de várias denominações por mais de 120 países.

O nascimento de um movimento religioso é um evento histórico. Como esse nascimento ocorreu?

A KGB começou criando uma organização intermediária chamada Conferência Cristã pela Paz (CPC), que possuía sua sede em Praga. Sua função era trazer à vida a idéia da Teologia da Libertação, assim como idealizada  pela KGB.

Esta conferência (CPC) foi gerenciada pela KGB e era subordinada da venerada Conselho pela Paz Mundial, outra criação da KGB, fundada em 1949 e também sediada em Praga.

Durante os meus anos no topo da comunidade da inteligência do bloco Soviético, eu mesmo gerenciei operações para o Conselho pela Paz Mundial (WPC). Ela era KGB de cima abaixo. A maioria dos funcionários da WPC eram oficiais da inteligência Soviética disfarçados. As duas publicações da WPC, ambas em francês, "Nouvelles perspectives" e "Courier de la Paix" também eram gerenciadas por funcionários da KGB e da DIE Romena. Até mesmo o dinheiro da WPC vinha de Moscou e era entregue pela KGB na forma dólares lavados, para esconder sua origem Soviética. Em 1989, quando a União Soviética estava para colapsar, a WPC assumiu publicamente que 90% do seu dinheiro vinha da KGB.

Como começou a Teologia da Libertação?

Eu não estava envolvido na criação em si da Teologia da Libertação. Porém, Sakharovsky me disse que em 1968, a CPC, conferência cristã criada pela KGB, com apoio da WPC, conseguiu manobrar um grupo de bispos esquerdistas na América do Sul para estabelecer a Conferência Latina Americana de Bispos em Medellín , na Colômbia. A função original da conferência era descobrir modos de aliviar os males da pobreza, porém seu objetivo não declarado foi reconhecer um novo movimento religioso, encorajando os pobres a se rebelar contra a "violência institucionalizada da pobreza" e recomendava que o Conselho Mundial das Igrejas dessa aprovação oficial ao movimento.

A Conferencia de Medellín alcançou seus dois objetivos. E ainda utilizou o nome idealizado pela KGB: Teologia da Libertação.

A Teologia da Libertação possui seus próprios líderes, alguns são figuras "pastorais" até famosas, alguns são intelectuais. Você sabe se teve envolvimento Soviético em promover a imagem ou os escritos destas personalidades? Por exemplo, Bispo Sergio Mender Arceo do México? Helder Camara do Brasil? Alguma conexão com teólogos liberais como Leonardo Boff, Frei Betto, Henry Camacho ou o Gustavo Gutierrez?

Tenho bons motivos para suspeitas que exista uma forte conexão entre a KGB e alguns dos seus principais apoiadores, porém não tenho nenhuma evidência para prová-la. Nos meus últimos 15 anos na Romênia (1963-1978), eu gerenciei a espionagem científica e tecnológica, assim como as operações de desinformação que visavam melhorar a imagem do Ceausescu no Ocidente.

Recentemente, dando uma olhada no livro do Gustavo Gutierrez "Teologia da Libertação: Perspectivas" de 1971, eu tive a sensação que foi escrito na KGB. Não é a toa que ele é tido como o fundador da Teologia da Libertação. Agora, daí para possuir provas é um longo caminho.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Como a espionagem comunista se infiltrou no governo de dois ex-presidentes brasileiros

Dois pesquisadores resgatam a trajetória do serviço secreto da Tchecoslováquia, que foi muito atuante no Brasil nas décadas de 1950 e 1960 e enviou informações para Moscou.
Existem espiões em todas as épocas e todos os lugares, especialmente durante conflitos ou situações de tensão entre blocos de países. É natural imaginar que, durante a Guerra Fria, havia agentes e informantes em todos os cantos do planeta. 
O Brasil, o maior país da América Latina, era um território estratégico, principalmente depois que um pequeno grupo de guerrilheiros transformou Cuba em uma ilha socialista a poucos quilômetros dos Estados Unidos. Mas quem exatamente circulou no Brasil? Que informantes utilizaram? Que estratégias adotaram? 
É conhecido o interesse da CIA em interferir nos rumos políticos brasileiros nos anos 1950 e 1960. Afinal, o país abriu boa parte de seus arquivos e o que se sabe já indica que Washington acompanhou bem de perto o contexto do país. Chegou a se preparar para dar apoio militar aos adversários do presidente João Goulart, uma medida que acabou não sendo necessária. No caso do bloco soviético, os arquivos em geral permanecem fechados, ou de difícil acesso. Com uma exceção muito importante: a Tchecoslováquia. 
O país era influente no Brasil. Empresários importantes, filhos ou netos de tchecos, eram respeitados, principalmente no Sul e Sudeste. Não eram necessariamente adeptos do comunismo, é claro, mas sua presença oferecia bela fachada que os agentes tchecos aproveitaram ao longo dos anos 1950 e 1960. 
Melhor ainda: depois da redemocratização realizada a partir dos anos 1990, a Tchecoslováquia abriu quase todos os seus arquivos que documentam a atuação de seu serviço secreto. Só faltava quem fosse até lá com muita disposição e conhecimento mínimo do idioma. 
Com a publicação de 1964: O Elo Perdido, Mauro Kraenski e Vladimir Petrilák começam a suprir essa lacuna. A obra traça um panorama detalhadíssimo a respeito da atuação da Státní Bezpečnost (StB), a polícia secreta tcheca, no Brasil, entre 1952 e 1971. Conclui que assessores muito próximos de pelo menos dois presidentes brasileiros atuaram fornecendo informações para o lado de lá da cortina de ferro. 
Arquivos abertos 
Ao fim da Segunda Guerra Mundial e a formação do bloco de países aliados da Rússia, diferentes serviços secretos surgiram para investigar as populações locais e também espionar e agir no exterior. Sabemos que, no Brasil, agentes da Polônia, da Alemanha Oriental, de Cuba e da Tchecoslováquia moraram no país. Todos repassaram informações para suas sedes. Dali, os relatórios seguiam para Moscou. Quando necessário, os russos interferiam, pedindo mais informações ou assumindo o controle de determinadas operações. 
“É realmente impressionante que o serviço de inteligência da pequenina Tchecoslováquia tenha sido capaz de atuar em tantos países do mundo. Foi um verdadeiro serviço de inteligência global em suas atuações. Possuiu suas rezidenturas (sedes) em vários países latino-americanos, como Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, Bolívia, México, Equador”, diz Mauro Kraenski, tradutor versado em polonês, com boas noções do idioma tcheco. 
Mauro passou dois anos digerindo as informações disponíveis nos arquivos de Praga, a capital. Quando encontrou dificuldades, foi socorrido pelo coautor, o colunista tcheco Vladimir Petrilák. 
“Não foi nem um pouco difícil ter acesso aos documentos”, diz Vladimir. “O arquivo é público e está aberto para qualquer um que deseje pesquisar. Não houve censura de documentos, somente em alguns poucos casos recebemos a informação de que determinada pasta deveria passar por um tipo de avaliação. Trata-se de uma formalidade, mas ao fim, depois de um curto período de tempo, estas pastas também foram liberadas”. 
O site oficial do livro apresenta alguns desses documentos. 
Visão negativa dos brasileiros
A StB começou a agir entre nós no Rio de Janeiro, com um único agente, o barbeiro por profissão Jiří Kadlec, codinome Treml. Tinha 27 anos e só havia feito um curso de espionagem de dois meses. Seu maior objetivo estava bem claro: “A missão mais importante era a luta contra os Estados Unidos da América e muitas das tarefas tinham como objetivo desacreditar os americanos e prejudicar a sua imagem”. 
Ele vivia sozinho num apartamento que funcionava como a “rezidentura”, o nome das instalações de agentes no exterior. Na mesma época, a rezidentura da StB em Nova York abrigava sete agentes; a de Buenos Aires, quatro. Treml agiu sozinho por dois anos e, em seus relatórios, reclamou muito. Primeiro, porque não tinha estudado português o suficiente antes de se mudar. Segundo, porque seu apartamento mal tinha móveis. Ele não tinha autorização para mobiliá-lo nem verba para levar informantes para passear ou jantar. Poucos anos depois, a situação havia mudado bastante. 
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Em 1962, depois de dez anos de atividades, já viviam no Rio vários agentes, que mantinham uma boa rede de relacionamento. Também havia um espião vivendo em Brasília e contatos esporádicos em São Paulo. 
Um manual básico sobre o Brasil para novos espiões, datado dessa época, descrevia o país da seguinte forma: 
“O funcionário do serviço de inteligência no Brasil terá contato principalmente com a população das grandes cidades, ou seja, com a chamada classe média, da qual procedem a maioria dos funcionários públicos federais. Um brasileiro, ao contatar com um estrangeiro, possui uma tendência em fazer uma grande quantidade de promessas, já supondo que não cumprirá nenhuma delas. São pessoas preguiçosas e bem levianas, com as quais não se pode contar.” 
O texto continua: “No Brasil, por regra, encontramos pessoas ignorantes, que, mesmo com numerosos títulos científicos, não chegam aos pés da nossa gente com formação primária.” 
Contato com Jânio e Jango 
Além de fazer este tipo de estudo sobre as características sociais, políticas e comportamentais do país, os tchecos tinham um objetivo claro: convencer formadores de opinião nacionalistas, incomodados com a influência dos Estados Unidos sobre o Brasil. Um dos critérios para descartar um possível informante, inclusive, era sua participação em partidos de esquerda, que fariam dele um alvo fácil demais, capaz de expor a própria StB. 
“O serviço de inteligência tchecoslovaco determinava alvos de interesse”, diz Mauro. “No Brasil, podemos citar: Ministério das Relações Exteriores, Congresso Nacional, instituições científicas, polícia, serviço de inteligência, partidos políticos, jornalistas, Petrobrás, Exército, Confederação Nacional da Indústria”. A exceção mais notável foi Francisco Julião: a StB se mostrou muito interessada no líder das Ligas Camponesas e chegou a avaliar seriamente sua capacidade para liderar uma revolução comunista. 
Foi ao buscar este perfil de pessoas, capaz de influenciar a imprensa e a economia, que os agentes tchecos alcançaram figuras de alto escalão no cenário político brasileiro pré-1964, incluindo jornalistas com acesso ao presidente e aos bastidores de eventos, assessores de ministros e diretores de departamentos estratégicos em Brasília. 
Dois casos, em especial, chamam a atenção. O tradutor Alexandr Alexeyev, agente da KGB, ficou próximo de Jânio Quadros quando o então presidente visitava Moscou como político de oposição, em 1958. Nesse caso, os arquivos da StB fornecem um vislumbre da ação do alcance da KGB no Brasil. Alexeyev estava em Cuba quando Jânio foi eleito. A StB ajudou a conseguir o visto para que ele entrasse no Brasil. Graças a um contato dos agentes tchecos em Brasília, o agente russo conseguiu, em 5 de maio de 1961, realizar uma reunião com o presidente. Ouviu de Jânio a promessa de que as relações diplomáticas do Brasil com a URSS seriam reatadas – o que de fato aconteceria, em novembro. 
E há a história da aproximação com João Goulart. Jango visitou a Tchecoslováquia em dezembro de 1960, como vice-presidente. Da visita, os agentes relataram uma impressão positiva. E ficaram mais bem relacionados ainda com Raul Francisco Ryff, um assessor muito próximo de Jango. Durante todo o governo de João Goulart, a StB foi mantida muitíssimo bem informada sobre as intenções do presidente. 
Pró-Cuba
A StB também liderou uma frente de formadores de opinião pró-Cuba. Chegou a formar um grupo, a Frente Nacional de Apoio a Cuba (FNAC), que em 1963 organizou em Niterói o Congresso Continental de Solidariedade a Cuba. Também emplacou artigos em jornais e revistas a favor de Cuba e dos soviéticos e contra os Estados Unidos. 
Ainda assim, a influência junto a essas figuras e a capacidade de organizar eventos em solo nacional não permitiu que a StB percebesse nem a renúncia de Jânio, em 1961, nem a aproximação do golpe militar de 1º de abril de 1964. 
Os próprios agentes fazem a autocrítica a respeito dessa falha grave: “A deposição de Goulart foi realizada diretamente pela extrema reação de círculos civis e militares, ou seja, por aquelas mesmas pessoas que realizam golpes em pequenos países centro-americanos”, apontam em seu relatório. “O fato é que nestes círculos nós não possuímos nem nossa rede de agentes, nem contatos secretos”. Sinal de que a meta de se aproximar dos militares nunca foi atingida. 
Reação ao golpe 
Depois do golpe, a StB tentou ajudar a reação. Fez contatos com Leonel Brizola, genro de João Goulart e possível líder de uma reação armada. Mas Brizola adiou a ação, alegando que ainda não havia espaço para uma reação consistente. 
A partir de então, começou a terceira fase do serviço de espionagem tcheco em solo brasileiro. Ela acabou se mostrando um esforço cada vez mais perigoso, na medida em que o regime militar brasileiro aumentava o cerco sobre estrangeiros originários do Leste Europeu. Isso não quer dizer que a permanência não tenha dado nenhum resultado.“A StB sabia que Cuba apoiava a guerrilheiros e inclusive, no âmbito de uma operação que se chamava Manuel ajudou no transporte, via Praga, de latino-americanos, inclusive brasileiros, que faziam treinamento de guerrilha em Cuba”, diz Mauro. 
Em 1971, o escritório da agência foi definitivamente fechado. Em algum momento o serviço de espionagem tcheco teria sido capaz de induzir um golpe de esquerda no Brasil? Não, mas conseguiu ser influente o suficiente para influenciar parcelas da imprensa e municiar Moscou de boas informações sobre os bastidores do governo brasileiro. Não é pouca coisa. As pesquisas de Mauro e Vladimir continuam, mas, por enquanto, já foram localizados mais de três dezenas colaboradores brasileiros. 
“Não temos a intenção de denegrir a imagem de ninguém; não somos nós que estamos afirmando que alguém foi um colaborador, são os documentos do arquivo da polícia secreta da Tchecoslováquia comunista que o dizem”, afirma Vladimir. “Por enquanto, pudemos encontrar informações sobre cerca de 30 colaboradores brasileiros, descritos como agentes ou contatos secretos. Estamos falando de, por exemplo, diplomatas, economistas, jornalistas”.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A difamação contra Pio XII







Original: https://padrepauloricardo.org/episodios/a-difamacao-contra-pio-xii

A difamação contra Pio XII
por Padre Paulo Ricardo

É sabido que os comunistas não conseguem conviver com o Papado, com o Cristianismo. Por isso, sempre que podem lançam mão de suas táticas para desmoralizá-los e prejudicá-los. Foi o que fizeram com o Papa Pio XII.

Por muito tempo foi alimentado o boato de que o Papa Pio XII, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, havia sido um aliado de Hitler e que teria auxiliado e incentivado o Holocausto. No ano de 1963, foi lançada a peça teatral “O Vigário", que teria o propósito de retratar o Papa Pio XII vinculando-o a Hitler, tachando-os de amigos.

Por ordem de Nikita Kruschov, a KGB montou uma farsa para incriminar o Papa, que já estava morto e não podia defender-se. Vários documentos falsos foram forjados, os quais davam a impressão de que havia uma afinidade, uma amizade entre Hitler e o Papa Pio XII. Tais documentos embasaram a peça teatral mencionada. Contudo, pela pesquisa histórica ocorrida quando os arquivos secretos da KGB foram abertos, o que se viu foi exatamente o contrário: Hitler odiava Pio XII e queria destruí-lo.
Diante disso, os comunistas utilizaram outra tática, a da desmoralização, pois, passaram a acusar Pio XII de ter silenciado diante das atrocidades de Hitler. O livro “O Papa de Hitler", de John Cornwell, foi publicado em 1999 versando sobre essa mentira. O autor teria passado meses pesquisando nos arquivos do Vaticano, porém, isso não é verdade, pois ele não passou mais que algumas horas e teve pouquíssimo acesso aos arquivos. As teses por ele apresentadas não têm o menor fundamento.

Para quem deseja saber o que realmente dizem os arquivos secretos do Vaticano sobre Pio XII, o Nazismo, a Segunda Guerra Mundial, a indicação é o livro do Padre Pierre Blet, “Pio XII e a Segunda Guerra Mundial segundo os Arquivos do Vaticano". Trata-se de uma investigação histórica séria e não uma farsa como a montada por John Cornwell.

Os mais desconfiados poderiam lançar a pergunta: como saber que realmente se trata de uma farsa forjada pelos comunistas? Em 2007, veio a público a confissão de um ex-agente da KGB, Ion Mihai Pacepa, o qual passou para o lado ocidental, abandonando o comunismo em 1978. Ele escreveu um livro (“Horizonte Vermelho", lançado pela Editora Principia) relatando os crimes do ditador Nicolau Ceausescu e também da farsa montada contra Pio XII. Tais fatos foram bastante divulgados e são de fácil comprovação, basta querer a verdade.

A verdade, porém, não é algo facilmente suportado pelos comunistas. Para entender como eles e seus correlatos marxistas, socialistas, não existe a Verdade, mas tão somente a matéria, caótica, sem lógica, sem racionalidade. Para eles, o mundo material vive em um eterno conflito dialético e dentro desse mundo existem somente as ideias que são criações humanas para defender os próprios interesses. Assim, o que realmente importa é a ideologia, a criação de ideias para defender seus próprios interesses. Em nome deles, até mesmo a mentira é utilizada. É por isso que se torna uma redundância chamar um comunista de mentiroso.

E, como a mentira é o método de ação dos comunistas/marxistas/socialistas eles não conseguem debater com os cristãos, aliás, eles não entram em debates, pois, se o fizerem, perderão. É quase impossível. Dessa forma, procuram desmoralizá-los, como fizeram com o Papa Pio XII. Como não conseguem debater no campo das ideias, eles atacam a pessoa.

A verdade sobre Pio XII, enfim, apareceu. É preciso fazer com que ela seja conhecida pelo maior número de pessoas possível e, ao mesmo tempo, mostrar como é o método de ação dos comunistas, desmascarando-os. Faz parte da luta de cada cristão entender como os comunistas agem, como eles tratam aqueles que desejam permanecer fiéis à Igreja.