sexta-feira, 1 de março de 2024

Um judeu na China de Mao

Original: https://forward.com/schmooze/159051/a-jew-in-maos-china
por Laura Goldman
9 de julho de 2012

Mesmo afastada de Deus e da sinagoga, sempre tive orgulho cultural de ser judia. Uma fonte desse orgulho é a tradição judaica de ajudar os oprimidos e nosso envolvimento em movimentos sociais como os direitos trabalhistas e civis.

Até assistir ao documentário "The Revolutionary" (O Revolucionário) no Festival de Cinema Independente da Filadélfia, eu pensava erroneamente que a China, durante o período revolucionário, era um país que não havia sentido este acolhemento judaico. A verdade é que de 85 a 90% dos estrangeiros que ajudavam os chineses na época da tomada do poder pelos comunistas eram judeus. Isso incluía a filha do fundador da corretora Goldman Sachs, que deixou o conforto de sua casa na Park Avenue para ajudar os chineses.

"The Revolutionary" conta a história de Sidney Rittenberg, nascido no sul dos EUA, o único americano que já foi admitido no Partido Comunista Chinês. Rittenberg, que falava mandarim e foi inicialmente enviado à China pelo Exército dos EUA na época da rendição do Japão no final da Segunda Guerra Mundial, tornou-se um influente conselheiro de Mao Tsé-Tung e do primeiro premiê da República Popular da China, Zhou Enlai. Teve um papel fundamental na Broadcast Authority, explicando o ponto de vista comunista chinês aos Estados Unidos, fato que lhe rendeu um salário maior do que o do Presidente Mao.

No entanto, a vida de Rittenberg não foi apenas flores. Por duas vezes, foi preso pela liderança comunista, somando um total de 16 anos. Quando já estava na prisão há um ano, durante seu primeiro encarceramento, foi-lhe oferecida a chance de liberdade se retornasse aos Estados Unidos e nunca mais voltasse à China. Apesar da sua primeira esposa já ter se divorciado dele, ele rejeitou a oferta, pois acreditava que seria considerado inocente das acusações de Stalin de ser um espião Americano e nunca sonhou que passaria mais cinco anos na cadeia.

Libertado da prisão após a morte de Stalin, Rittenberg foi mais uma vez abraçado pelos comunistas chineses e retornou à Broadcast Authority como seu chefe. Mas não conseguiu ficar quieto por muito tempo e começou a se manifestar contra a Revolução Cultural, o que o levou de volta à prisão.

A história de amor entre Rittenberg e sua segunda esposa, que perdurou apesar de sua segunda pena de 10 anos de prisão, é um pano de fundo comovente para o filme. No final, Rittenberg admite que poderia ter ajudado o povo da China da mesma forma se tivesse se abstido da política.

Produzido e dirigido por Lucy Ostrander e Don Sellers, um casal de Seattle, e Irv Drasnin, "The Revolutionary" foi parcialmente baseado em "The Man Left Behind", um livro de memórias de Rittenberg, que hoje tem 91 anos e é consultor de empresas americanas na China. Os cineastas empregaram a mesma técnica que foi tão eficaz no filme vencedor do Oscar "The Fog of War", de Errol Morris. Irv Drasnin, um especialista em China que trabalhou na CBS com Edward Murrow.

Original: https://threadreaderapp.com/thread/1747282811998908640.html

Contribuições dos Judeus para a Revolução Chinesa

Em um artigo de 9 de julho de 2012, intitulado "Um Judeu na China de Mao", escrito por Laura Goldman para o "The Schmooze" do jornal "Jewish Daily Forward", ela revelou:

A verdade é que de 85 a 90% dos estrangeiros que ajudavam os chineses na época da tomada do poder pelos comunistas eram judeus. Isso incluía a filha do fundador da corretora Goldman Sachs, que deixou o conforto de sua casa na Park Avenue para ajudar os chineses.
Em conjunto com essas anomalias surpreendentes, o governo dos EUA tinha uma base em Tianjin de 1945 a 1947. Tianjin era o lar de uma comunidade judaica considerável, especialmente de comunistas russos. Foi na base de Tianjin que a Missão Dixie da OSS treinou, financiou e armou ninguém menos que Mao Tsé-tung e seu alegre bando de "revolucionários" para lutar contra os japoneses.

Vamos nos aprofundar nos patronos judeus da China Vermelha, e seus fundadores.

1) Grigori Naumovich Voitinsky (nome de nascimento: Zarkhin)

Judeu russo.
Um dos fundadores da Sinologia Soviética. 
Manipulador de Chen Duxiu. 
Cofundador do Partido Comunista Chinês, que ele e seus colegas fundaram em 1920. 
Bolchevique. 

O processo de formação do partido em seus estágios iniciais pode ser atribuído principalmente ao seu pensamento estratégico. A propaganda bolchevique era disseminada pelo Shanghai Chronicle, que ele administrava. De fato, ele pode ser identificado como o padrinho do comunismo chinês, bem como de outros ramos do comunismo no mundo asiático.




Dirlik, Arif (1989). The Origins of Chinese Communism.
Oxford University Press. p. 191. ISBN 978-0-19-505454-5.
Voitinsky is considered to be the "chief architect" in founding the CCP.[1]


Grigori Voitinsky e Yang Mingzhai, representantes do Comintern, visitaram Li Dazhao e Ch'en Tu-hsiu. Eles ajudaram esse último a criar o primeiro grupo local declaradamente comunista em Xangai, no verão de 1920. Esse grupo fez da New Youth seu órgão oficial e criou um periódico ilegal, The Communist. Ele também criou um Corpo de Jovens Socialistas, entre cujos fundadores estavam P'eng Shu-tse (Peng Shuzhi) e Liu Shao-chi (Liu Shaoqi). Logo outros grupos comunistas foram criados em Wuhan, Changsha, Cantão e Tsinan.
https://www.marxists.org/history/etol/writers/alex/works/in_trot/china1.htm

2) Manfred Stern

Judeu ucraniano.
Também conhecido como Emilio Kléber, ou Lazar Stern, ou Moishe Stern, ou Mark Zilbert, ou General Kleber.
Líder da Brigada Internacional na Espanha. Bolchevique.

Ajudou a acabar com a rebelião antissoviética na Mongólia. Tornou-se o principal espião da GRU nos EUA, com suas missões centradas no roubo de segredos militares americanos. Tornou-se o principal conselheiro militar do Soviete de Jiangxi-Fujian, com Mao, Zhu De e outros se reportando diretamente a ele.

3) Solomon Adler

Judeu originário de Karelitz, Belarus.
Economista do Departamento do Tesouro dos EUA.
Representante do Tesouro na China durante a 2ª Guerra Mundial.
Considerado um espião soviético por Whittaker Chambers.
Retornou à China para liderar a tradução das obras de Mao para o inglês. 
Também fez parte do International Liason Department, um órgão vital do PCC cujas funções incluíam inteligência estrangeira.

4) Henry Kissinger

Um dos piores seres humanos da história. Envolvido em uma série de genocídios, massacres, crimes de guerra, desestabilizações e outros atos de psicopatia, especialmente na Ásia. Planejou a abertura do comércio com a China e vendeu as industrias dos Estados Unidos para os chineses. Neto da transmogrificação da China de um estado comunista para um estado capenga.

5) Jakob Rosenfeld

Judeu austro-húngaro.
Também conhecido como General Luo.
Ministro da Saúde do governo provisório de Mao e principal conselheiro de Mao.
Serviu na Força Comunista Chinesa a partir de 1941 e participou da marcha da Força Comunista Chinesa sobre Pequim. 

Estabeleceu-se na Entidade depois que a tomada da China pelos comunistas foi concluída. Sua estátua foi erguida em sua homenagem no condado de Junan, Shandong, e uma grande exposição foi batizada em sua homenagem em 2006 no Museu Nacional da China, em Pequim.

6) Sidney Rittenberg

Judeu de Charleston, Carolina do Sul.
Descendente de proprietários de escravos.
Primeiro americano a entrar para o PCC.
Conselheiro próximo de Mao, Zhu De, Zhou Enlai e outros líderes de alto escalão do PCC.
Tradutor de confiança da "revolução" comunista chinesa.
Casou-se com a família chinesa de Wang Yulin. 
Apoiador da Revolução Cultural. 
Desempenhou um papel fundamental na transmissão da propaganda comunista chinesa para a Xinhua e a Rádio Pequim. 
Chegou à chefia da Broadcast Administration, ou seja, da produção de propaganda, em uma ação sem precedentes que ninguém imaginava que pudesse ser realizada por um estrangeiro. Mas na China comunista, é claro, os judeus não eram estrangeiros, mas "camaradas". 
Ele retornou aos Estados Unidos em 1980 para fundar a Rittenberg & Associates, uma empresa que se tornou um intermediário vital entre as corporações americanas e a China.

7) Sidney Shapiro

Judeu asquenazi de Nova York.
Também conhecido como Sha Boli (ancestral de Ben Shapiro).
Membro do Conselho Consultivo Político do Povo Chinês.
Chefe do aparato de propaganda da China comunista.
Principal tradutor, escritor e editor de obras sobre a China, além de ator em filmes chineses focados na vilania americana.
Realizou uma extensa pesquisa sobre os judeus na China e conseguiu que os trabalhos fossem traduzidos para o hebraico e publicados na Entidade.
Em dezembro de 2014, o China International Publishing Group anunciou que estava criando um Centro de Pesquisa Sidney Shapiro em sua homenagem para investigar critérios de modelo para tradução entre chinês e inglês.

8) Israel Epstein

Judeu polonês.
Espião antijaponês.
Seu pai era um agitador bolchevique.
Membro da divisão chinesa do NKVD.
Ministro das Finanças/Apropriação de Mao.
Homenageado por Mao, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e Hu Jintao.
Membro do PCC e editor da China Reconstructs/China Today.
Sua esposa foi uma das principais colaboradoras de um dos mais usados dicionários chinês-inglês publicados na China.

9) Frank Coe

Judeu de Richmond, Virgínia. 

Funcionário do Departamento do Tesouro de 1934 a 1939, trabalhou com a rede de espionagem Silvermaster, que contava com Harry Dexter White à frente da Operação Snow, precursora de Pearl Harbor.
Amigo e co-conspirador de Solomon Adler.
Peça-chave no Grande Salto Adiante de Mao.

10) Robert Lawrence Kuhn

Banqueiro de investimentos judeu.

Kissingerita e estrategista corporativo internacional com "especialização" na China.
Há mais de 20 anos ele aconselha o PCC sobre política econômica, ciência, tecnologia, mídia, cultura, relações EUA-China e comunicações internacionais.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

É considerado uma espécie de segredo em aberto que Angela Merkel era uma agente da KGB

Original: https://www.thegatewaypundit.com/2022/09/angela-merkel-kgb-asset

Militar da reserva diz a repórter: "É considerado uma espécie de segredo em aberto que Angela Merkel era uma agente da KGB".

Falando na Pensilvânia no último fim de semana, o Presidente Donald Trump contou como enviou uma bandeira branca à ex-chanceler alemã Angela Merkel na cúpula do G7 de 2018, advertindo-a de tornar seu país dependente da Rússia. "Quando ocorrer uma guerra, quando ocorrer um problema com a Rússia, eles simplesmente desligarão o Nord Stream 2, e você não será capaz de se defender", advertiu Trump a Merkel. "Oh, isso nunca vai acontecer", respondeu Merkel, de acordo com Trump.

Como a Alemanha ameaça arrastar a União Européia para um desastre econômico por causa da crise energética, muitos observadores revisitaram as observações proféticas de Trump em 2018 na ONU e no G7, levando a especulações sobre por que uma pessoa inteligente como Angela Merkel poderia ter ignorado os avisos de Trump e conscientemente exposto seu país à chantagem energética por parte da Rússia.

A internet há muito tempo especula sobre o possível papel de Angela Merkel como informante da Stasi na antiga Alemanha Oriental. Dois ex-líderes da Liga Comunista da Juventude, Gunter Walther e Hans-Jörg Osten, afirmaram que Merkel serviu como oficial de Propaganda enquanto estudante em Leipzig nos anos 70. Merkel declarou que era "Secretária Cultural" da Liga Comunista da Juventude, e principalmente encarregada da compra de ingressos para o teatro.

Gateway Pundit também relatou a história do atual chanceler alemão Olaf Scholz com o Partido Comunista da Alemanha Oriental

Os arquivos da Stasi de Angela Merkel nunca foram abertos, indicando que o Stasi Records Center acredita que ela não é uma perpetradora, mas uma vítima. O historiador especializado da Stasi, Hubertus Knabe, analisou os dados disponíveis e não encontrou nenhuma prova concreta de que Angela Merkel fosse na verdade "Informant Erika", como é freqüentemente afirmado online.

Falando ao Gateway Pundit, porém, uma militar da reserva familiar com a Rússia revelou que é considerado um segredo em aberto em Moscou que Angela Merkel era uma agente da KGB.

Seu pai, o pastor luterano Horst Kasner (apelidado de "Kasner Vermelho"), era membro de uma organização de fachada da KGB, que hospedava regularmente o braço da Stasi da KGB, disse este militar.

Os agentes da KGB Klaus Gysi, pai do político de esquerda Gregor Gysi, e Clemens de Maizière, pai do ex-ministro de Helmut Kohl Lothar de Maizière, eram convidados regulares na casa Kasner.

Lothar de Maizière foi o último primeiro-ministro da Alemanha Oriental, na função em que Angela Merkel serviu como porta-voz. Após a reunificação alemã, diz-se que Lothar de Maizière recomendou a desconhecida Angela Merkel ao chanceler da Alemanha Ocidental Helmut Kohl, que a tomou sob sua asa como "Minha Garota" e a preparou para a liderança no partido conservador democrata-cristão.

Lothar de Maizière foi exposta como informante do código da Stasi chamado "Czerny" e se retirou da política em 1992. Assim, Angela Merkel foi colocada no governo por um agente da Stasi.

Angela Merkel não estava ativa no movimento de oposição da Alemanha Oriental nos anos 80 até que, de repente, decidiu juntar-se ao "Despertar Democrático" (Demokratischer Aufbruch - DA) em 1989, fundado pelo agente da Stasi Wolfgang Schnur, também amigo de seu pai. Membros da unidade KGB Luch Group admitiram mais tarde usar o DA para infiltrar-se na oposição da Alemanha Oriental.

"Um dono de restaurante em Bonn (capital da Alemanha Ocidental) me disse que Gregor Gysi e Angela Merkel freqüentaram seu restaurante juntos nos anos 90, sempre falando russo, de modo que ninguém conseguia entendê-los", disse a fonte. Angela Merkel era ministra no gabinete de Kohl na época, apesar de pertencer a um partido conservador que normalmente não se encontra com políticos comunistas como Gysi.

"Quando eles estão bêbados, oficiais de alta patente da inteligência russa em Moscou costumavam se gabar de como o chanceler alemão é um agente da KGB", disse o militar ao Gateway Pundit, falando sob condição de anonimato. "Uma grande editora alemã pesquisou o assunto, mas nunca publicou nada. Por que não, só podemos tentar adivinhar o motivo".

Os arquivos da Merkel Stasi contêm enormes lacunas, "como se toda uma equipe fosse responsável por eliminar algumas partes", afirma a fonte. "A maioria dos arquivos provavelmente foram levados para Moscou".

Angela Merkel tinha uma estreita relação de trabalho com Vladimir Putin, com quem ela falava russo assim como ele falava alemão, tendo servido como agente da KGB em Dresden, de 1985 a 1990. Ela se encontrou com Putin mais do que qualquer outro líder mundial enquanto era chanceler alemã entre 2005-2021.

"Eu sempre soube que ele queria destruir a Europa", disse Merkel a uma audiência em Berlim em junho, negando, no entanto, ter feito algo errado. "Acho que não tenho que dizer que estava errada". E por isso não vou pedir desculpas".

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Utilização política (chantagem) da pedofilia pela Esquerda

Original:

https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/photos/a.250567771758883/2474126059403032




- Vamos supor uma autoridade filmada numa cena com menores (ou com pessoas do mesmo sexo ou com traficantes) e esse alguém ("Daniel") passe a fazer chantagem ameaçando divulgar esse vídeo.

- Essa prática de chantagem, muito utilizada em Cuba, se encontra na página 143 do livro "A vida secreta de Fidel" de Juan Reinaldo Sánchez.

- Parece que isso está sendo utilizado no Brasil (importado de Cuba pela esquerda) onde certas autoridades tomam decisões simplesmente absurdas, para atender ao chantageador ("Daniel").

- Quando nada têm contra seu alvo principal, vão para cima de filhos, parentes, e amigos do mesmo.

- Inquéritos e acusações absurdas, ... Daí quebram sigilos, determinam buscas e apreensões, decretam prisões arbitrárias, etc...

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Daniel é o codinome do serviço secreto de Cuba utilizado para o agente/terrorista José Dirceu.

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Página 143 do livro "A Vida Secreta de Fidel Castro":

Melhor que os estrangeiros tenham isso bem claro: em Cuba, ninguém escapa da vigilância da Segurança do Estado, o G2. Vários hotéis de Havana são dotados de quartos especialmente preparados pela Técnica, que ouve as conversas e filma a intimidade de "alvos" dignos de interesse, como empresáios, políticos, professores universitários, profissionais da cultura, jornalistas, personalidades das artes e das letras.

Exemplos são o vigésimo andar do hotel Habana Libre, o 14 andar do hotel Riviera, o hotel Nacional ou ainda o hotel Cohiba. E tantos outros mais...

Quanto o Estado Cubano convida personalidades estrangeiras, como acontece com frequência, é fácil alojá-los num desses quartos especiais, depois filmar seus encontros com alguma prostituta chamada pelo G2. 

O regime dispõe então de uma poderosa ferramenta de chantagem, principalmente quando o parceiro sexual é menor de idade ou do mesmo sexo (mesmo quando o alvo é um homem casado).

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Robert Maxwell e a KGB (pai de Gislaine Maxwell)

Original:
https://espionagehistoryarchive.com/2019/12/20/robert-maxwell-the-kgb

ROBERT MAXWELL E A KGB

Segundo novas revelações , o super rico e traficante de sexual da elite mundial, Jeffrey Epstein tinha um mentor que o recrutou para a inteligência israelense no início de sua carreira: o bilionário magnata da mídia Robert Maxwell.

E quase três décadas antes da morte altamente suspeita de Epstein, Maxwell sofreria um destino sombrio semelhante. O que a inteligência soviética sabia sobre Maxwell? O veterano da KGB, coronel Nikolai Shvarev, conta a história do ponto de vista do "Moscow Center".

No início dos anos 90, sua misteriosa morte se tornou uma sensação. E isso é apenas para início de conversa, afinal, Lord Robert Maxwell , 68 anos, proprietário de um dos maiores impérios da mídia no planeta; bilionário; amigo de Leonid Brezhnev e outros políticos ao redor do mundo; bebedor e gastador de primeira linha, cujo impressionante tamanho e personalidade feroz lhe rendeu o apelido de "baleia assassina" - havia morrido.

Leonid Brezhnev

Leonid Brezhnev, falecido em 10 de novembro de 1982, 
Moscou, Rússia, U.S.S.R.), estadista soviético e funcionário 
do Partido Comunista que foi, de fato, 
o líder da União Soviética por 18 anos.


Naquela fatídica noite de 4 de novembro de 1991, o seu iate, Lady Ghislaine, não estava muito longe das Ilhas Canárias.

Maxwell planejava ir para a cama depois de um telefonema matinal com a esposa. E... desapareceu.

Somente no dia seguinte, o pessoal da busca descobriu seu corpo no oceano. Os médicos atribuíram isso a um ataque cardíaco que fez Maxwell cair no mar. Mas logo o veredicto dos médicos seria refutado. A julgar pelos ferimentos em seu corpo, eles determinaram que alguém o jogou do convés na água.

Junto com a morte do bilionário, todo o seu dinheiro desapareceu de suas contas. Seu grande império da mídia entrou em colapso como um castelo de cartas. E surgiram rumores de que o homem afogado havia sido agente de quatro dos serviços de inteligência do mundo ao mesmo tempo!

O senhor inglês mudou de nome como se muda pares de luvas. Ele não nasceu nem Robert nem Maxwell, disse Genadii Sokolov, historiador da inteligência que trabalhou com o magnata no final dos anos 80.

Ele nasceu em 1923 na Tchecoslováquia, na vila dos Cárpatos Slatino-Selo, agora a vila ucraniana de Solotvino. Abraham Lazby foi o nono filho da família de Mikhail e Anna Hoch. Eles moravam em uma pequena cabana de barro com piso de terra.

Quando as forças de Hitler ocuparam a Tchecoslováquia, os pais registraram seu filho como Jan Ludvik Hoch. A partir desse momento, ele se tornou membro de uma organização clandestina que levava ilegalmente jovens para a França. Ele foi preso e condenado à morte, mas o jovem escapou. Através da Sérvia, Bulgária e Turquia, ele alcançou Alepo Sírio, então território francês. Lá, Jan se juntou à Legião Estrangeira.

Logo depois, ele foi enviado com seu grupo de legionários para a França. Aqui o rapaz assumiu um novo nome, agora se chamando Ivan du Maurier. Nessa época, ele participou do movimento de resistência francesa e depois do desembarque dos aliados na Normandia.

Mais adiante, o destino o levou à Grã-Bretanha e agora Ivan se tornou Leslie Johnson. Os britânicos recrutaram o jovem para o serviço de inteligência. Leslie era fluente em inglês; Alemão; Francês; Tcheco; Eslovaco, húngaro; Romena; Russo; e hebraico.

Quando recebeu uma decoração de combate das mãos do marechal Montgomery, ele mudou seu nome pela quinta e última vez - para Robert Maxwell. Nosso herói terminou então a guerra como capitão.

Foi então que ele entrou em contato com um representante da inteligência soviética pela primeira vez.

Trabalho para a KGB e Mossad

Aconteceu da seguinte maneira: Após o fim da guerra em 1945, Maxwell começou a procurar seus parentes. A Tchecoslováquia estava na zona de ocupação soviética e, portanto, ele procurou ajuda das autoridades militares soviéticas na Alemanha. E assim foi estabelecido contato com emissários da NKVD da URSS.

As notícias sobre o destino de seus pais foram trágicas: eles morreram nos campos de concentração nazistas. Mas o relacionamento da inteligência soviética com Maxwell teve seu desenvolvimento necessário.

Veremos que Maxwell foi batizado como um dos maiores espiões da Guerra Fria.

Seu registro, no entanto, não se limita a trabalhar para Moscou. O principal serviço de inteligência em sua vida foi o Mossad de Israel .

O próprio Itzhak Shamir, o futuro primeiro ministro de Israel, inscreveu Jan Ludvik Hoch na organização clandestina sionista Irgun no início da Segunda Guerra Mundial. Lá, ele recebeu o indicativo "Little Czech", com o qual trabalhou a vida inteira. A resistência francesa e o exército britânico tornaram-se as primeiras fases do serviço do tcheco na inteligência sionista, bem antes da fundação do Estado de Israel e do Mossad.

Mais adiante, o destino tomou seu próprio rumo, e Maxwell deixou o Exército Britânico em 1947, entrando no ramo editorial. Além disso, após a guerra, o capitão Maxwell havia sido o chefe da agência de imprensa do Ministério das Relações Exteriores britânico na Alemanha ocupada, onde fez as conexões necessárias. A capital de sua editora científica, Pergamon Press, representava 100 libras esterlinas.


O jornalista Gennadii Sokolov observa corretamente 
que o templo em Pergamon (Ásia Menor) 
foi nomeado por João em Apocalipse 2:12 
como o "trono de Satanás", o que torna o nome 
de Maxwell para sua editora especialmente estranho.

Tendo previsto sua importância no mundo moderno, o empreendedor Maxwell fez sua aposta na informação científica. Essa esfera também se tornou um terreno fértil para os serviços de inteligência.

Afinal, cientistas e acadêmicos aspiravam publicar seus trabalhos em seus diários e lançar livros sob seu rótulo. Os mestres do "Pequeno Checo" muito se interessaram. Maxwell publicou, por exemplo, o físico soviético Lev Landau.

Lev Davidovich Landau, nascido em Baku Império Russo
 (hoje Azerbaijão) - morreu em 1º de abril de 1968, 
Moscou, Rússia, EUA), 
físico teórico soviético, um dos fundadores 
da teoria quântica da matéria condensada, cuja pesquisa 
pioneira neste campo foi reconhecida com o 
Prêmio Nobel de Física de 1962.


Logo a editora se tornou líder em literatura técnico-científica, além de história, política e memórias. Isso também foi feito com um objetivo de inteligência.

O espião assumiu imediatamente o controle da publicação dos seis jornais do "UK Mirror Group", além das revistas, livros e jornais da editora americana Macmillan. Essas eram as chamadas publicações para as pessoas comuns.

O Império se espalha

Ao longo da década de 1980, o império da mídia de Maxwell abrangeu 125 países.

Ele era conhecido como um grande editor na Grã-Bretanha e ocupava o segundo lugar nos Estados Unidos. Além de jornais, revistas e livros, ele tinha participação em estações de rádio e canais de televisão (MTV, por exemplo). Os concorrentes o chamavam de "Furacão Bob" e serviços de inteligência - Capitão Bob.

Esse enorme império da mídia se tornou uma cobertura para a missão de espionagem do capitão Bob. Foi uma operação secreta da Mossad, CIA e MI6. O objetivo - infiltrar o Kremlin.

Os mestres do capitão Bob organizaram uma lenda para o seu agente que a liderança da URSS não teria nenhuma dúvida sobre a lealdade do bilionário. Mas que tipo de lenda era essa?

Em agosto de 1968, as forças do Pacto de Varsóvia invadiram Praga.

Nem todos os países do campo socialista aprovaram o movimento, nem precisa mencionar o Ocidente, indignado com a "ocupação"... E de repente um grande bilionário ocidental, um magnata da mídia e membro britânico do parlamento anuncia publicamente que apóia a entrada de forças soviéticas na Tchecoslováquia.

É necessário para a preservação da segurança na Europa, veja você... E foi especialmente comovente que o próprio Maxwell fosse natural da Tchecoslováquia.

O anúncio foi uma bomba.

Leonid Brezhnev imediatamente convidou Maxwell para Moscou. A conversa ocorreu individualmente em russo, sem intérpretes ou protocolo. Muita coisa os uniu: combate passado, amor por carros, caça e bebida.

Robert tornou-se amigo do Secretário Geral, e eles se encontravam regularmente. Os analistas ocidentais de inteligência aguardavam impacientemente os relatórios de suas discussões. A CIA, o MI6 e o ​​Mossad alcançaram seu objetivo: seu homem havia entrado nos salões de poder do Kremlin.

E assim começou uma linha de publicações de obras do "querido Leonid Ilyich" em todo o mundo.

Brejnev se gloriou nos elogios que seus livros receberam. Após a morte de Brejnev, o capitão Bob desenvolveu contatos com novos secretários gerais - Andropov , Chernenko e Gorbachev. E ele permaneceu o propagandista mais importante do Kremlin do sistema soviético no exterior.

O agitprop do Comitê Central pagou generosamente pelos serviços do Maxwell. É importante notar que Lubyanka pensou corretamente que os serviços de inteligência ocidentais estavam usando Maxwell como um canal de desinformação para o estado soviético. Mas eles não podiam fazer nada.

Afinal, Maxwell alcançara um nível inacessível para Lubianka. Ele estava em contato com a elite da nomenklatura, intocável até para os chekistas.


O ex-primeiro-diretor da KGB, coronel Stanislav Lekarev (1935-2010),
discute o trabalho de Maxwell na União Soviética:

“Maxwell cooperou, mas nunca se esqueceu de seus próprios
interesses financeiros. Ele ajudou nações socialistas
 a fundar empresas conjuntas no exterior, mas não de graça.

Como resultado, dois milhões de dólares, emitidos
secretamente pelo governo búlgaro por lavagem de dinheiro
com o narcotráfico, desapareceram nos bancos ocidentais.

Ele propôs insistentemente contas bancárias em
Lichtenstein a figuras de alto nível do Partido Soviético.

Para obter assistência na abertura de contas para oficiais
da KGB e representantes do Partido Comunista,
Maxwell recebeu comissões. No MI5, essas informações
foram consideradas especialmente valiosas.

Israel e o golpe

Em meados da década de 1980, Moscou enfrentou o desafio global colocado pelos Estados Unidos. O diretor da CIA Casey desenvolveu um novo plano para combater a URSS.

Um papel especial foi reservado para o império de Maxwell - lançar uma campanha de apoio à política ruinosa de Gorbachev.

O próprio autor de Perestroika ficou satisfeito ao trabalhar com Maxwell. O pró-Gorbachev Pravda e "Moskovskie Novosti" começaram a publicação em inglês no Ocidente. "Our Heritage", de Raisa Gorbacheva, pode ser encontrado ao lado de revistas populares. Tudo isso foi garantido por Maxwell.

A opinião popular mundial ficou do lado de "Gorby". Mas em seu país natal, o potencial explosivo da insatisfação das pessoas estava aumentando.


Robert Maxwell Gorby AP

Mikhail Gorbachev e Robert Maxwell.


Vladimir Kryuchkov, tendo chegado ao posto de presidente da KGB, tinha seus próprios projetos para o espião. Ele estava preocupado com as reformas de Gorbachev e com o destino do país, que estava saindo dos trilhos. Kryuchkov rapidamente encontrou uma linguagem comum com Maxwell, pois ambos falavam bem húngaro.

Na primeira metade de 1991, o chefe da KGB teve duas reuniões secretas com o agente do Mossad.

O assunto era o apoio de Israel ... da operação que viria para remover Gorbachev pelo Comitê Estadual de Emergência (GKChP). Kryuchkov estava procurando aliados no Ocidente na luta para salvar a URSS.

Maxwell apoiou a ideia de Kryuchkov. Obrigações mútuas foram estabelecidas. O Comitê receberia apoio político e moral de Israel. Maxwell garantiria uma campanha de apoio ao Comitê por meio de seus editores em todo o mundo. No caso da vitória, Kryuchkov garantiu a partida desimpedida de todos os judeus da URSS para Israel.

O magnata também tinha seus interesses. Em 1991, as dívidas de seu império da mídia superavam seus lucros. Para salvá-lo, Maxwell recebeu 1,2 bilhão de dólares do fundo de pensão do "Mirror Group", mas ainda não era dinheiro suficiente. Era necessário um novo crédito.

Kryuchkov não pôde ajudar - a própria URSS havia caído em um poço de dívidas. Londres e Washington e já haviam perdido o interesse no plano Bob-Casey de colapsar o bloco socialista.

Somente os israelenses podiam financiar Maxwell por sua mediação em um grande êxodo de judeus da URSS. Resta convencer Israel a apoiar o golpe…

No início de agosto de 1991, Kryuchkov teve uma terceira reunião com o magnata a bordo de seu iate. Maxwell também convidou figuras de confiança da liderança do Mossad. O primeiro-ministro israelense Itzhak Shamir, no entanto, não apoiou o plano de Kryuchkov-Maxwell: de acordo com seus analistas, as chances de sucesso do Comitê não eram grandes.

Tendo sabido da recusa do premiê Shamir, o pequeno checo tentou desesperadamente convencê-lo por telefone a ajudar a URSS e imediatamente estender o crédito ao seu impressionante império da mídia. Ele até decidiu chantagear o premier, ameaçando-o.

Ele claramente foi longe demais, colocando-se assim na mira. Shamir chamou o chefe de Mossad e exigiu que se livrasse do "Pequeno Checo" de uma vez por todas. O que aconteceu depois só pode ser assumido com base em vazamentos da mídia.

É alegado que, na noite de 4 de novembro de 1991, um grupo de assassinos do Mossad em uma balsa se aproximou do iate de Maxwell e embarcou. Após uma breve batalha, eles deram ao magnata uma injeção letal que fez seu coração parar de bater. Seu corpo foi jogado na água. O bilionário britânico foi enterrado em Jerusalém. E um mês e meio depois, o número da União Soviética aumentou.

A partir do final dos anos 80, com a ajuda de Maxwell, 
começaram as operações de lavagem de dinheiro 
do CPSU no exterior. 

Durante este período, Maxwell esteve em contato 
com o Coronel Vladimir Golovin  [KGB] da 
contra-espionagem ideológica [Chefe da Quinta Direção]. 

Logo ele morreu inesperadamente. 

O Coronel Viktor Bredikhin, um ex-oficial da 
Residência de Londres da contra-espionagem 
estrangeira, também trabalhou com Maxwell. 

E, trabalhando no KGB, ele também morreu de repente. 

Outro dos contatos operacionais de Maxwell foi o 
Coronel Vadim Biriukov, que viajava regularmente 
para países europeus para reuniões com agentes 
estrangeiros. 

Logo após a morte de Maxwell, Biriukov foi morto sob 
circunstâncias pouco claras em um estacionamento de 
Moscou por indivíduos desconhecidos.

Trilha Britânica

O serviço secreto britânico, MI6, esteve nas origens do império da mídia de Maxwell - Russell Davies escreve sobre isso em seu livro "Foreign Body".

Foreign Body: Secret Life of Robert Maxwell

De acordo com suas alegações, o MI6 "jogou" meio milhão de libras esterlinas no caminho de Maxwell. Isso foi no período inicial da Guerra Fria, quando uma parte significativa da Europa ainda estava em ruínas.

Em resposta à "ajuda", Maxwell, usando seus contatos com as autoridades soviéticas, forneceu informações supostamente confidenciais à inteligência britânica, que as utilizou para penetrar nos institutos secretos de pesquisa científica da URSS.

Então, o autor acredita que o MI6 tinha crescentes suspeitas sobre os contatos de Maxwell com a inteligência soviética e israelense, e que ele estava usando o dinheiro que lhe foi designado para expandir seus negócios. Por esse motivo, o MI6 não deixou o bilionário sair do gancho até sua morte em 1991.

Logo, seu gigantesco império financeiro, composto por empresas estatais e privadas, explodiu como uma bolha.

Ao mesmo tempo, de acordo com os resultados de processos judiciais sobre suposta fraude em grande escala de fundos de pensão no Robert Maxwell Group, depois de conferir várias semanas, um júri emitiu um veredicto não culpado pelos filhos de Robert Maxwell, Ian e Kevin, além de por seu ex-conselheiro Larry Trachtenberg.

Sobre o autor: O coronel da KGB Nikolai Aleksandrovich Shvarev (n. 1934) é um veterano da Primeira Diretoria da KGB (Inteligência Estrangeira). Antes de entrar na KGB, ele era oficial das Forças Aéreas. Ele atuou no exterior em várias tarefas, inclusive como vice-chefe de gabinete da unidade da KGB spetsnaz em Kaskad, no Afeganistão.



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terça-feira, 16 de junho de 2020

Como Fascismo é Socialismo/Esquerdismo e em muitos aspectos Marxismo (Excerto do "A Grande Guerra, Revolução e Fascismo" de A. James Gregor)


O fato é que o apelo de Mussolini ao sentimento nacional foi qualquer coisa
menos irrefletido ou oportunista. Se sustenta sobre um imenso corpo de literatura
com a qual Mussolini estava muito familiarizado - literatura que é essencialmente
Marxista.

James Gregor

OBS: Ainda estou arrumando as referências ao final do artigo.

Marxismo, Fascismo e Totalitarismo
Capítulos da história intelectual do radicalismo
A. James Gregor
https://www.amazon.com/Marxism-Fascism-Totalitarianism-Intellectual-Radicalism/dp/0804760349





Anthony James Gregor (2 de abril de 1929 - 30 de agosto de 2019) foi professor emérito de Ciência Política na Universidade da Califórnia, em Berkeley,

Capítulo 11
A Grande Guerra, Revolução e Fascismo





A Grande Guerra e a revolução bolchevique proporcionaram o ímpeto doutrinário que deu forma final ao marxismo heterodoxo de Benito Mussolini. E foi com esta variante do marxismo que Mussolini ascendeu ao governo na Itália pós-guerra.

Ao final da guerra, a massa de jovens homens recrutada pelo exército, cheia de energias da juventude e educada na violência da guerra, voltou para casa. Seriam, então, os entusiasmados soldados da revolução.

No início, os esforços dos marxistas intervencionistas (que defendiam a participação na guerra) que tinham se reunido em torno de Mussolini fracassaram. Filippo Corridoni e Cesare Battisti, entre muitos outros, haviam morrido na guerra.

Além disso, os socialistas dissidentes e sindicalistas, devido à sua defesa da participação Italiana na
Grande Guerra, haviam sido excomungados das fileiras do "socialismo oficial", que assim como os Bolcheviques, desdenharam daqueles que tinham levado a Itália, para o que eles consideravam, junto dos Leninistas, a uma guerra "capitalista". Afinal, a guerra havia sido travada exclusivamente por interesses "burgueses".

Filippo Corridoni

 Em 1905, [se mudou para Milão]; e imediatamente 
se lançou à luta social, declarando-se um marxista subversivo 
e matriculando-se na escola revolucionária sindicalista. 

[Criou] sua própria fórmula [revolucionária]:
"A emancipação dos trabalhadores deve ser o trabalho dos próprios trabalhadores"

Ele achava que o sindicalismo dos trabalhadores 
será capaz de criar um estado dentro do estado e, 
posteriormente, proceder à conquista violenta do poder.

No início da guerra ele declarou estar 
diante da imaturidade proletária. 
[E tomou a decisão de] atrair as multidões para as idéias [nacionalistas],
tomando o partido de Benito Mussolini [nas discussões].

Em sua memória foi agraciado com a medalha de 
prata de valor militar, posteriormente transformada 
em medalha de ouro por Benito Mussolini, 
que definiu Filippo Corridoni: apóstolo dos trabalhadores, herói do país".


Cesare Battisti

Ele se entregou à vida política desde muito jovem, 
conciliando o irredentismo e o socialismo. 

Suprimida em sua primeira edição, a revista popular 
Trentino (fevereiro de 1895), por ele fundada, 
deu vida à Sociedade dos Estudantes Trentinos e 
ao semanário socialista "O Advento dos Trabalhadores" (1896 ).

Uma vez deflagrada a Primeira Guerra Mundial, 
instalou-se (agosto de 1914) em Milão, 
desenvolvendo um acalorado programa intervencionista, 
com discursos de propaganda realizados 
nos principais centros da Itália. 

Em 10 de julho de 1916 em Monte Corno 
foi feito prisioneiro. Reconhecido e 
submetido a julgamento marcial, 
foi condenado à forca; enfrentou a morte em 
12 de julho no Castello del Buon Consiglio.






Tudo isso rendera ao "socialismo oficial" a pecha de inimigo incondicional daqueles que haviam defendido a participação da Itália na Grande Guerra.

Desde o início do envolvimento da Itália na Grande Guerra, os marxistas intervencionistas, principalmente sindicalistas, foram afastados dos seus ambientes normais.

No final da guerra, eles entenderam bem que o mundo deles tinha sido mudado para sempre

Unidos pela experiência da guerra, excluídos dos círculos do "socialismo oficial", incertos sobre seus símbolos, os primeiros fascistas recolheram ao seu redor tanto aqueles que haviam lutado na guerra, quanto aqueles que estavam escandalizados pela constante propaganda derrotista do "socialismo oficial".

[Por conta das fracassadas negociações internacionais e do declínio econômico pós-guerra], muitos argumentaram que a vitória que foi alcançada a um preço tão alto, tinha sido, no fim, totalmente "mutilada".

Os revolucionários sindicalistas, os socialistas intervencionistas, e aqueles ofendidos pela recepção ofensiva que lhes foi concedida pelos "socialistas oficiais"; todos gradualmente se juntaram ao redor do Mussolini: um marxista herético, um socialista intervencionista, sindicalista nacionalista, e revolucionário.





No final da Grande Guerra, Mussolini se viu como o líder de um número gigantesco de marxistas independentes e muitas vezes heréticos. Muitos destes, voltaram convencidos de que haviam conquistado o direito de moldar o futuro da nação que tinham servido.

Convencido de que o "socialismo oficial" tinha demonstrado sua irrelevância em um mundo que havia sofrido a maior catástrofe na história da humanidade, Mussolini estava preparado para apelar a um público mais amplo, público que ele jamais havia considerado antes.

Mussolini estava certo de que aqueles veteranos que retornavam vitoriosos da guerra formavam um recurso muito valioso.  Ele pretendia fazer apelo às classes trabalhadoras, base com a qual ele estava mais familiarizado, [porém] igualmente certo era o fato de que Mussolini estava preparado para
alcançar fora do "proletariado"; [especialmente] todos aqueles que "moralmente e materialmente" procuravam assegurar o "futuro da Nação".





Animado por sentimentos nacionais compartilhados entre, soldados e produtores, trabalhadores e a burguesia empreendedora, "se fundiriam" num grande empreendimento criativo e construtivo.

[Tudo isso ligado pela] doutrina que Mussolini identificou como "sindicalismo nacional"; doutrina cujos elementos apareciam já desde antes da Grande Guerra - mais proeminentemente nos trabalhos de marxistas radicais como A. O. Olivetti, Sergio Panunzio, e Filippo Corridoni.

Toda a discussão em torno do sentimento nacional que era completamente normal entre marxistas de todos os tipos nos anos anteriores ao advento da Grande Guerra culminou com os mandamentos formulados por Mussolini 

Angelo Oliviero Olivetti

Durante seus anos universitários desenvolveu intensa 
atividade política para o Partido Italiano dos Trabalhadores, 
que surgiu em agosto de 1892, contribuindo para a criação de 
inúmeros setores socialistas na região toscana-emiliana.

Em 18-20 de setembro de 1897, participou do 
5º Congresso Nacional do Partido Socialista Italiano (PSI), 
em Bolonha. 

Nos meses seguintes imprimiu o livreto 
"Greve no Campo de Arroz", no qual reafirmou sua 
fé socialista com tons de desdém para com a 
classe proprietária e a monarquia.

Em 1907 ele deu origem ao periódico "Páginas Livres", 
que a partir do primeiro número, publicado em 
15 de dezembro, propôs conciliar sindicalismo revolucionário 
e nacionalismo, enfatizando as analogias entre os dois 
movimentos e destacando como estes eram mais incisivos que 
as diferenças relacionadas à visão heróica da vida.

Em Milão, no início da Primeira Guerra Mundial, 
esteve entre os promotores do pacote revolucionário 
da ação internacionalista e contribuiu para a elaboração do apelo, 
dirigido em 5 de outubro de 1914 aos trabalhadores italianos, 
pela intervenção da Itália ao lado do Entente. 

Em 10 de outubro, o Pagine libere recomeçou, 
que se apresentou como órgão oficial do feixe com a 
esperança de unir as forças do 'subversivismo' 
italiano na frente intervencionista. 

 Em vários artigos do "Páginas Livres", criticou a
atitude [dos socialistas] em relação à revolução russa, que deu origem 
a um regime "despótico e pessoal" para o autoritarismo de 
Lenin e a inconsistência política do grupo bolchevique 
(O mito comunista e a realidade sindical, 15 de março de 1920).

Em 1918 organizou o Sindicato Italiano dos Trabalhadores (UIL) 
com o objetivo de unificar as forças sindicais esquerdistas. 

Como parte deste projeto, em 12 de outubro de 1922 
fundou o semanário " A Pátria do Povo" em Milão, 
com o qual promoveu uma orientação "sindicalista Annunziana", 
propondo como objetivo um trabalhador constituinte 
inspirado nos princípios do "Manifesto dos Sindicalistas".

Em 1924, apoiado por Mussolini, fez parte da "Comissão dos Quinze", 
no ano seguinte passou a fazer parte dos "Dezoito", 
para a reforma constitucional do Estado. 

Nesses órgãos liderou uma animada batalha contra
o monopólio sindical de Rossoni, mas não se 
demitiu do cargo de secretário das guildas 
(ver manifestações sindicais, em "A Ideia Sindacista", 13 de maio de 1925). 

Assim, sua proposta de conceder liberdade a todos 
os sindicatos foi derrotada em favor de uma linha
 corporativa, destinada a reunir sindicatos da mesma 
arte ou profissão em um único órgão. 

Em 1927 contribuiu indiretamente para a elaboração 
da "Carta do Trabalho", cuja parte relativa à definição do 
trabalho como "função econômica e social" e como 
"fato nacional" seguiu sua concepção política baseada no caráter 
obrigatório da convenção coletiva, na indenização por demissão e 
no controle do Estado sobre a produção.

Sergio Panunzio

Panunzio desde o ensino médio entrou na corrente 
do socialismo legal e em particular do sindicalismo revolucionário, 
colaborando com Arturo Labriola, Enrico Leone, 
Angelo Oliviero Olivetti e Paolo Orano. 

No início do século XX escreveu, de fato, para as 
principais revistas do movimento sindical 
(Tornar-se Social , Páginas Livres e Movimentos Socialistas 
por Georges Sorel e Hubert Lagardelle).

Em 1912 entrou em 
contato com Italo Balbo e começou a colaborar
 com o "Povo da Itália" de Mussolini durante a 
campanha intervencionista, enquanto seus cursos na 
Universidade Felsinea eram seguidos por Dino Grandi, 
a quem ele amarrou uma sólida amizade.

Foi um dos fundadores dos primeiros pacotes 
de ação revolucionária para a intervenção e, 
no primeiro período pós-guerra, aproximou-se do 
Sindicato Italiano dos Trabalhadores (UIL).

Atento e observador participante dos eventos que levaram 
ao nascimento e ascensão progressiva do fascismo, 
Panunzio juntou-se à banda de batalha do
 Partido Nacional Fascista (PNF) de Ferrara apenas 
em junho de 1923, mas imediatamente assumiu posições de 
responsabilidade na nova ordem fascista.

Na abertura do "Estado e Sindicatos" 
(Revista Internacional de Filosofia do Direito, 1923, nº 1), 
realizado na Universidade de Ferrara, certificou a transição 
decisiva do antigo para o novo sindicalismo nacional, 
enquanto no "Sobre o sentimento do Estado" (1927) a 
necessidade de unidade dentro dele é progressivamente 
levada às consequências extremas detectáveis 
em sua "Teoria do Estado Fascista" ou do 
"Estado Eclesiástico" que não é nada se não o Estado total 
(ver Emilio Gentile).






Neste apelo ao nacionalismo existia um eco das reflexões marxistas de Georges Sorel, Roberto Michels, e Otto Bauer, assim como os sentimentos expressos pelo próprio Mussolini quando serviu como um funcionário socialista italiano no Trentino.

O fato é que o apelo de Mussolini ao sentimento nacional foi qualquer coisa menos irrefletido ou oportunista. Se sustenta sobre um imenso corpo de literatura com a qual Mussolini estava muito familiarizado - literatura que é essencialmente Marxista

Era um conjunto de literatura que, no máximo, contestava a interpretação privativa da teoria marxista que concebeu a classe econômica, não apenas o mais importante, mas o único agente da história mundial.

Georges Sorel

Sindicalista socialista e revolucionário francês 
que desenvolveu uma teoria original e provocadora
sobre o papel positivo, até mesmo criativo, do mito e 
da violência no processo histórico.

Em 1902 ele estava denunciando os partidos 
Socialista e Radical por defender a democracia e o 
constitucionalismo como um caminho para o Socialismo. 
Ao invés disso, apoiou entusiasticamente o sindicalismo revolucionário, 
um movimento com tendências anárquicas que enfatizava a 
espontaneidade da luta de classes. 

Com a eclosão da Revolução Russa em 1917, Sorel declarou-se 
para os bolcheviques, que ele pensava ser capaz de precipitar a 
regeneração moral da humanidade.


Roberto Michels

Sociólogo e economista político italiano nascido 
na Alemanha, notou por sua formulação da 
"lei de ferro da oligarquia", que afirma que os partidos 
políticos e outras organizações associativas tendem
 inevitavelmente à oligarquia, ao autoritarismo e à burocracia.

 Em sua grande obra, 
"Partidos Políticos: Um Estudo Sociológico das 
Tendências Oligárquicas da Democracia Moderna", 
ele expôs suas idéias sobre o 
inevitável desenvolvimento das oligarquias, 
mesmo em organizações comprometidas com ideais 
democráticos, por causa de necessidades organizacionais 
como a tomada rápida de decisões e a atividade em tempo integral.

Em seus escritos posteriores Michels passou a considerar essa 
regra elitista não apenas inevitável, mas também desejável, e 
não se opôs à ascensão do fascismo na Itália. 


Otto Bauer

Teórico do Partido Social Democrata Austríaco 
e estadista, que propôs que o problema das 
nacionalidades do Império Austro-Húngaro fosse 
resolvido pela criação de estados-nação e que, após a 
Primeira Guerra Mundial, tornou-se um dos principais 
defensores do austríaco Anschluss (unificação) com a Alemanha.

Fundador do movimento educacional socialista 
"O Futuro" e colaborador de várias 
publicações periódicas, Bauer tornou-se secretário da 
facção parlamentar do seu partido em 1904. 

Soldado e prisioneiro de guerra na Rússia durante 
a Primeira Guerra Mundial, Bauer assumiu a liderança 
da ala esquerda do seu partido no seu retorno, em 1917. 

Ele se tornou Ministro das Relações Exteriores austríaco 
no final da guerra. Em 2 de março de 1919, ele assinou o
 acordo secreto da Anschluss com a Alemanha, que mais 
tarde foi rejeitado pelos Aliados.





Mussolini argumentava que o mundo moderno havia se dividido entre nações "avançadas" e "nações "retrógradas"; e passou a argumentar que as potências industrialmente avançadas mantem suas vantagens [utilizando forca] contra [...] as "nações proletárias", que são forçadas a lutar para sobreviver 

Foi [neste cenário] da Grande Guerra que os marxistas [se viram] diante do questão de apoiar ou não suas respectivas nações; eles se viram, em grande medida, confusos, infelizes e indefesos.

Compare esta Teoria Fascista com o 
"Desenvolvimentismo", 
a Teoria Econômica favorita da Esquerda Brasileira
e sua ligação com um fundamental e notório Nazista

Desenvolvimentismo e neodesenvolvimentismo

A expressão máxima dessa corrente de pensamento, que representava
no plano das ideias os sonhos românticos das facções burguesas progressistas,
está associada aos trabalhos de Raúl Prebisch, que estabeleceram as bases da
economia política da Cepal.

No Brasil, a crítica ao subdesenvolvimento
alcançou sua forma mais elaborada nos trabalhos teóricos
e nas análises históricas de Celso Furtado.



Prebisch e [Celso] Furtado. Estruturalismo latino-americano

Joseph Love abre o volume com um breve
e suculento ensaio histórico.

Após recordar as célebres noções de Raúl Prebisch sobre
um "centro" industrial e hegemônico (a diplomacia da língua
dominante nas Nações Unidas não lhe
permitiu indicar explicitamente os Estados Unidos)
que se envolve em transações desiguais com uma
periferia agrícola e subordinada, Love volta ao Werner Sombart da
Alemanha e ao Mihail Manoilescu da Romênia como
o background intelectual de Prebisch. 



Para compreendermos o lugar ocupado na ideologia
fascista por esta teoria do comércio internacional enquanto
troca desigual é conveniente constatar a sua afinidade
com o conceito de "nação proletária".

"As trocas internacionais, a um contra dez, fornecem
hoje 'a chave' da compreensão das relações econômicas
entre os povos", escreveu Manoilescu
depois de ter referido a desigualdade estrutural entre os países
exportadores de produtos industriais e os países exportadores
de produtos agrícolas e de matérias-primas.

"Tal como Marx, com a sua teoria, nos fez compreender
os fenômenos sociais do mundo capitalista e
sobretudo a exploração de classe, também esta teoria das
trocas internacionais nos faz compreender a desigualdade
dos povos e as relações de explorador e explorado que os unem",
[escreveu Manoilescu]

[Werner] Sombart e Nacional Socialismo Alemão

Antes do advento do Nacional Socialismo na Alemanha,
Sombart era visto como um expoente acadêmico de Marx.

De fato, sua interpretação precoce do Capital de Marx lhe
rendeu a benção do envelhecido Engels.

E Sombart uma vez falou de si mesmo como um "marxista convicto".

Mas ele passou os últimos anos de sua vida expondo
os princípios do nazismo, ou "socialismo alemão", como ele o chamou.

Isso foi uma conversão e repúdio ao
seu ideal anterior? O autor não pensa que tenha sido

A resposta é que esta teoria foi influenciada não
só por Marx e pela escola histórica de economia alemã,
mas pelo antiliberalismo alemão do século XIX.





Antes de convocar a reunião que iria lançar o movimento Fascista, Mussolini recordou o argumento central no "Sindicalismo e República" do Corridoni: que a indústria da Itália estava apenas aprendendo a andar já que a Itália era uma nação Proletária; Mussolini então escolheu focar no desenvolvimento econômico e modernização da Península.

Para isso, Mussolini chamou a atenção para a política e para as posturas econômicas do "Sindicalismo Nacional" de Léon Jouhoux, e dos franceses da "Confederação Geral do Trabalho".

Na conclusão da Grande Guerra, em um panfleto intitulado "Trabalhadores em face da paz", Jouhoux, como socialista, argumentou que a fim de reconstruir sua economia despedaçada, o que a França precisava era uma colaboração de classes produtivas patrocinada pelo Estado.

Léon Jouhaux

Líder socialista e sindical francês que foi um dos fundadores 
da Organização Internacional do Trabalho. 

Trabalhador de uma fábrica de fósforos desde os 16 anos de idade, 
Jouhaux logo se tornou um dos principais propagandistas do sindicalismo revolucionário.

Foi secretário nacional da "Confederação Geral do Trabalho" em 1909.

Antes da Primeira Guerra Mundial, juntou-se aos líderes trabalhistas 
alemães numa tentativa de organizar um movimento antimilitar; 
mas posteriormente apoiou o esforço de guerra francês. 

Participou da Conferência de Paz de Versalhes, em 1919, que criou
 a "Comissão Internacional de Legislação Trabalhista", d
a qual foi um dos membros mais ativos. 

Ele acreditava que o sindicalismo deveria ter um papel n
a direção da economia, mas insistia que a ação 
sindical permanecesse independente da ação política. 






Tudo isso junto constituiria o sistema que Mussolini identificara como "Sindicalismo Integral" ou "Socialismo Produtivo" - um "sindicalismo prático e realista".

Mussolini [asumiu que] o sindicalismo integral tinha crescido e era muito mais amplo que o "sindicalismo apocalíptico e místico" da escola [pré-guerra] de Sorel, especialmente pois reformulado pelo desenvolvimento nacionalista de Corridoni.

Nos dias imediatamente anteriores ao encontro fundador do Fascismo, no dia 23 de Março de 1919, Mussolini abordou as questões centrais das suas objeções às doutrinas que vinham sendo  caracterizadas como o socialismo "oficial" da época.

Mussolini considerou a identificação com o Bolchevismo prova definitiva da miséria intelectual dos socialistas italianos. Suas razões para isso eram muitas, mas entre as mais importantes estava a sua convicção Kautskyana que a revolução de Lenin na Rússia teve pouco, ou nada, a ver com
socialismo - como o socialismo foi entendido pelo principal intelecto [vivo] do marxismo[, Karl Kautsky].

Mussolini, assim como Kautsky, chamava a atenção de todos os socialistas ao fato de Lenin ter feito a revolução numa Rússia que não tinha atingido todas condições prévias exigida pelo socialismo antecipado por Marx e Engels.

Karl Kautsky

Teorista marxista e líder do Partido Social Democrata Alemão. 
Após a morte de Friedrich Engels, em 1895, Kautsky herdou 
o papel da consciência intelectual e política do marxismo alemão.

Apesar de ter defendido anteriormente as ambições 
revolucionárias do marxismo contra o reformismo 
de Bernstein, após a Revolução Bolchevique de 1917 
na Rússia, Kautsky ficou cada vez mais isolado dos 
Independentes por sua oposição tanto à revolução 
violenta quanto às ditaduras socialistas minoritárias. 

A revolução russa liderada por Vladimir Lenin não foi a 
revolução que ele buscou, e Kautsky foi o alvo de uma das 
polêmicas mais venenosas de Lenin.





Mussolini lembrou aos socialistas que, para "libertar" toda a humanidade, o Marxismo tinha tradicionalmente e consistentemente antecipado a revolta proletária em circunstâncias de abundância econômica. Mussolini lembrou aos seus leitores, somente na maturidade plena do Capitalismo tal abundância seria alcançada.

O Capitalismo produziria em tal quantidade que não poderia mais ser rentável esvaziar seus estoques. 

As taxas de lucro, dada a lógica da teoria, acabariam por se aproximar zero. Nesse ponto, o proletariado, há muito tempo escolarizado nas responsabilidades da produção industrial, simplesmente seria obrigado a assumir o comando sobre um sistema não mais capaz de se sustentar a si mesmo ou a eles. 

Após a revolução a distribuição de commodities responderia às necessidades das pessoas em vez de dar lucro aos capitalistas. 

Tudo isso constituía a doutrina aceita da revolução "inevitável" antecipada pelos fundadores do Marxismo.

Que Lenin imaginava que relações produtivas socialistas pudessem ser impostas a uma economia primitiva, [como a da Rússia], não foi apenas uma violação dos preceitos Marxistas mais fundamentais, mas foi contra-intuitivo à razão.

Mussolini repetiu a advertência de Kautsky: revolução em tão alarmante circunstancia poderia produzir apenas uma ditadura de pequenos aventureiros.



Na Rússia bolchevique, Mussolini continuou, o resultado só poderia ser [o que aconteceu]: socialistas matando uns aos outros. Mencheviques, Revolucionários Sociais e Marxistas dissidentes estavam morrendo nas mãos dos Bolcheviques em número muito maior do que jamais haviam caído perante as forças de segurança do Czar. 

Mussolini chamou a atenção para o fato de que o Exército Vermelho de Leon Trotsky foi enviado não apenas para defender as fronteiras políticas do novo estado - assim como faziam todo os exércitos burgueses - mas como para tomar à força, e sem compensação, os bens do povo, a fim de se sustentar.




Mussolini continuou; o  Estado Bolchevique não poderia funcionar sem os cargos públicos em que [os socialistas] atuavam de forma indistinguível dos burocratas tradicionais.

Mussolini apontou para o fracasso total do Leninismo: escolas foram fechadas; a maioria dos estabelecimentos industriais foram fechados; categorias inteiras de cidadãos foram recrutados para trabalhar de maneira forçada; os adversários políticos estavam confinados em campos de concentração; requisições arbitrárias foram impostas por bandos armados; a "justiça" era produto caprichoso de quem estava no poder; e que as organizações trabalhistas eram permitida a funcionar apenas na medida em que serviram o "estado proletário".

Mussolini condenou o Leninismo como uma caricatura de pesadelo socialista. Ele falou de tudo isso como a inspiração para um "novo socialismo".





Na reunião que a história registra como a assembléia fundadora da Fascismo, Mussolini simplesmente repetiu o que até então se tornara um recorrente e conjunto relacionado de temas interligados.

Mussolini continuou a manter que os Fascistas não rejeitaram o socialismo oficial por ser socialista.

Mussolini insistiu que ele e seu seguidores teriam apoiado o socialismo oficial e o Bolchevismo se este tivesse se demostrado capaz de atender a qualquer uma das mais urgentes necessidades do país.

Referencias:


Nota 2


O termo "fascio" é um termo genérico que se refere, em geral, a "associação". 

Era usado indiscriminadamente na Itália antes da Grande Guerra. Havia a "Fasci Sicíliana" que na década de 1890 organizou os trabalhadores agrícolas em combinações para a proteção de seus interesses.

No início dos anos 1900, havia um "Fasci Parlamentar Médica", um grupo de interesse parlamentar dedicado aos interesses dos médicos - e durante a guerra, os intervencionistas Marxistas se organizaram em uma "Fasci de Ação Revolucionária".

No final de 1918, A. O. Olivetti propôs o termo "fascismo", e "Fasci Italiana de Combate", para identificar os vários grupos de Marxistas intervencionistas, e em última análise todos os veteranos que serviram na guerra, que contra o "socialismo antinacional".

Veja a discussão de Mussolini em "A Raccolta! Ópera Omnia: Volume 12, pp. 27-28.


COLEÇÃO!
Poucas de nossas iniciativas, como a da "Constituinte" do intervencionismo italiano, têm despertado tanto fervor de adesão.

Parece viver novamente na atmosfera de quatro anos atrás, quando surgiram em Milão a "Fasci de Ação Revolucionária", cuja ação em determinar a intervenção e na derrota das correntes neutras opostas, foi, podemos dizer isso, decisivo.

Bem, aqueles que nós queremos criar e vamos criar as "Fasci pela Constituinte".

Estas Fasci devem surgir imediatamente. A iniciativa da sua constituição nas cidades e em todos os lugares, pode ser tomada pela nossa amigos, assinantes e leitores. Eles já sabem o que nós queremos



Nós queremos:

1. Reunir para a "Constituinte" todos aqueles que quiseram a intervenção e que estão engajados, agora que a guerra foi triunfante, para não deixar a paz ser sabotada.

2. Criar as "Fasci da Constituinte", que as Fasci vão enviar seus delegados à Constituinte do intervencionismo italiano que será convocada até janeiro, em Milão. O atraso se deve à necessidade de se preparar bem a reunião, para que não seja uma reunião como a outras, mas algo maior e melhor.

3. À Constituinte do intervencionismo italiano serão consagradas as soluções para os problemas fundamentais de nossa nação.

4. Da Constituinte do intervencionismo italiano sairá algo anti-partidário, ou seja, uma organização "fascista" que nada terá de comum com as atuais "crenças", "dogmas", "mentalidade" e acima de tudo o "preconceito" das antigas partes, pois permitirá a convivência e a comunidade de ação de todos quaisquer que sejam seus crenças políticas, religiosas, econômicas - que aceitam uma determinada solução dos problemas dados. 





5. A Constituinte do intervencionismo italiano é o prelúdio para a Constituinte do povo italiano e as Fasci Constituintes constituem o esqueleto, a armadura em torno da qual se reúnem os retornos e suas energias poderosamente renovadoras. O antigo Partido são cadáveres e não será difícil submergi-las completamente.

Em resumo :

Nós colocamos problemas;
Nós apresentamos soluções para estes problemas;
Nós constituímos os órgãos de agitação ou imposição destes problemas;
Nós - se necessário - nos converteremos de formas e modos ditados pela nossa vontade e eventos os órgãos de agitação em órgãos que implementam as soluções para esses problemas de dados.

Para a agitação e para a implementação de tudo o que for necessário

Para renovar completamente toda a vida italiana, contamos acima de tudo com o trinceristi. Nós contamos com a vontade deles endurecida para sacrificar. Sobre a sua disciplina moral. Em sua magnífica juventude completa e madura.

Viva as "Fasci Constituintes" e o trabalho. Sem demora!

Fasci de Ação Revolucionária Internacionalista
A COMISSÃO PROMOTORA
Decio Bacchi - Michele Bianchi - Ugo Clerici - Filippo Corridoni - Amilcare De Ambris - Attilio Deffenu - Aurelio Galassi - A. O. Olivetti - Decio Papa - Cesare Rossi - Avv. Silvio Rossi - Avv. Sincero Rugarli - Libero Tancredi.

Enquanto a batalha da Marne grassa na França, em Milão, nos dias 15 e 16 de setembro - organizada pelos Futuristas, liderados por Marinetti e Boccioni - há as primeiras manifestações de rua contra a Áustria. Eles também foram apoiados por Filippo Corridoni e pelos grupos revolucionários de esquerda.

Em 5 de outubro de 1914, a "Fasci de Ação Revolucionária Internacionalista" lançou seu primeiro apelo aos trabalhadores italianos para convencê-los a ir para a guerra.

O encontro entre Futuristas e homens de extrema esquerda estava tomando forma e encontrou apoio em algumas ocasiões, mesmo em grupos de trabalhadores ou socialistas.


Angelo Oliviero Olivetti

Olivetti nasceu em Ravenna, Itália. Em 1892, quando era estudante da Universidade de Bolonha, entrou para o Partido Socialista Italiano. Após acusações de atividade subversiva, ele fugiu para a Suíça em 1898. Lá ele acabou conhecendo Benito Mussolini. Encontrando apenas um apoio limitado para sua visão dentro do movimento socialista, em 1906 começou a publicar "Páginas Lives", uma revista dedicada ao sindicalismo revolucionário. 

Em 5 de outubro de 1914, Olivetti publicou o manifesto da "Fasci de Ação Revolucionária Internacionalista". Pouco tempo depois, Mussolini se uniu e assumiu a liderança dessa Fascio.

Nota 3


Veja, por exemplo, a queixa de Mussolini contra o derrotismo do socialismo oficial
durante a guerra. Houve grande número de semelhantes reclamações em seus discursos e escritos durante esse período.

Mussolini, "Fiasco", Ópera Omnia: Volume 13, p. 44. 




Nota 7


Em maio daquele mesmo ano, Mussolini sustentava que um socialismo realista e ativo seria baseado em "a nação e as classes produtivas" das quais foi composta. "O resto", sustentava ele, "seguiria".

Mussolini, "Atto di nascita", Ópera Omnia: Volume 12, p. 325.







O discurso de Benito Mussolini foi seguido dos de F. T. Marinetti e del Capitão Mario Carli.

Não é necessário propor um programa excessivamente analítico, mas podemos dizer que o bolchevismo não nos assustaria se nos provasse que ele garante a grandeza de um povo e que seu regime é melhor que os dos outros.

Porém está irrefutavelmente provado que o bolchevismo arruinou vidas... arruinou economia da Russia. Ali, a atividade econômica, da agricultura, da indústria, está tudo totalmente paralisado. Fome ali impera.

Não só isso, mas o bolchevismo é um fenômeno tipicamente russo.

Nós declaramos guerra ao socialismo, não porque socialista, mas porque é contra a nação.

Sobre o que é o socialismo, seu programa e suas táticas, todos podemos discutir, mas o Partido Socialista Oficial Italiano é claramente reacionário, absolutamente conservador, e se sua tese tivesse triunfado, não haveria possibilidade de vida no mundo de hoje para nós.

Não é o Partido Socialista que deve se colocar à frente de uma ação de renovação e reconstrução. Somos nós que, pela vida política destes nos últimos anos, devemos cobrar do Partido Socialista Oficial à sua responsabilidade.

Nota 12


Um relato detalhado da influência de outros excederia o espaço aqui disponível. 

Mussolini, por exemplo, identificou Roberto Forges-Davanzati, e Paolo Orano como importantes. Ambos estão entre os primeiros sindicalistas revolucionários, que, antes da Grande Guerra, buscava aproximar o sindicalismo do nacionalismo. Sérgio Panunzio, é claro, foi muito mais influente do que qualquer um dos dois. Para um relato do trabalho de Panunzio, veja A. James Gregor, "Intelectuais de Mussolini: Pensamento Social e Político do Fascismo.

Roberto Forges-Davanzati

Depois de se formar em Direito, Forges-Davanzati, membro do Partido Socialista Italiano, tornou-se jornalista dos jornais do partido "Avanti!" e "Avanguardia Socialista". Associado à tendência sindicalista do partido, seu interesse pelo nacionalismo cresceu e, em 1906, deixou o PSI para assumir um cargo no jornal "Páginas Livres", que havia sido fundado por Angelo Oliviero Olivetti e que logo se associou ao sindicalismo nacional.


Paolo Orano

Paolo Orano era um psicólogo, político e escritor italiano. Orano iniciou sua carreira política como sindicalista revolucionário no Partido Socialista Italiano. Mais tarde, tornou-se uma figura de destaque dentro do Partido Nacional Fascista.

Orano iniciou sua carreira política como um dos principais pensadores sindicalistas associados ao Partido Socialista Italiano, na virada do século. Seu afastamento dos socialistas começou em 1905, quando renunciou ao cargo no jornal "Avanti!" após a demissão do sindicalista Enrico Leone.

Ao lado dos colegas sindicalistas Arturo Labriola e Robert Michels, assim como do nacionalista Enrico Corradini, Orano passou a fazer parte de um grupo de intelectuais que seguiam os ideais de Georges Sorel.

Para isso fundou seu próprio jornal semanal, "La Lupa", em outubro de 1910, que veio a representar a primeira colaboração entre sindicalistas como Orano e nacionalistas como Enrico Corradini. Benito Mussolini afirmaria mais tarde que este jornal foi uma influência em suas idéias políticas. 

Orano tornou-se um forte crítico da democracia, vendo-a como a causa dos males da Itália e sua retórica, juntamente com a de outros sindicalistas como Filippo Corridoni e Angelo Olivetti, era por volta de 1914 muito semelhante à que vinha da Associação Nacionalista Italiana. 

Orano apoiou a Primeira Guerra Mundial, ostensivamente porque esperava que ela fortalecesse tanto a burguesia quanto o proletariado e assim apressasse o processo de conflito de classes e revolução. 

No entanto, suas opiniões causaram considerável controvérsia dentro do movimento sindicalista e ajudaram a provocar sua fragmentação, pois muitos dos associados ao movimento, em particular Leone, eram antiguerra. No final da guerra, suas posições eram em grande parte indistinguíveis das dos nacionalistas.


Nota 32


Mussolini citou regularmente as críticas ao Leninismo de Karl Kautsky para suportar seus argumentos ver, por exemplo:

Fra due conferenze: Il congresso processo di Berna



Vamos ouvir de Karl Kautsky, o grande teórico Marxista na Alemanha. Ele foi ainda mais explícito do que Kurt Eisner:

"Os poderosos na Alemanha", disse ele, "usaram o perigo do fantasma Russo, argumento que não se aguenta. A autocracia Rússia era, para a Europa, um perigo menor do que a autocracia Alemã, porque mais fraca".

Tudo isso é de formidável importância. Porém o julgamento de Karl Kautsky sobre as possibilidades da guerra dependendo do seu resultado justificam esmagadoramente a nossa propaganda intervencionista (de participação na Guerra).

"A vitória da Alemanha - disse Kautsky - ligada ao Império Austríaco-Húngaro feudal mais a Turquia do Sultão (Império Otomano), teria sido a vitória da autocracia sobre a democracia mundial".

La politica nazionale": Primo squillo




A possibilidade da Nação [cair], como a Rússia, na miséria e no caos. Os efeitos do Leninismo sobre o processo produtivo foram documentados por homens chamados Kautsky e Bernstein.

Un ordine del giorno




A tua posição, dentro de um Partido que entre todas as tendências possíveis socialista professa e espalha o Leninismo, ou seja, aquele julgado anti-socialista durante o "Congresso em Berna" por homens como Branting, Thomas, Kautsky, Bernstein, Kurt Eisner, fica cada vez mais difícil. 

Un'altra requisitoria





A ditadura do proletariado é solicitada apenas por não-proletários. Os autênticos proletários não querem saber disso. 

É uma verdade para o que diz respeito aos membros do [Partido Socialista] Italiano que, entre todas as tendências possíveis do socialismo, se casaram com o "Leninismo".

Sempre que os erros do Leninismo foram denunciados para o mundo civilizado, os socialistas do [Partido Socialista] Italiano [se] confortaram dizendo que estão lidando com mentiras inventadas pela imprensa imunda burguesa. 

Agora, outro fato singular, mas verdadeiro!, é que o regime Leninista só encontrou defensores, entre os jornalistas burgueses.

As acusações mais implacáveis contra o extremismo de Moscou começaram entre os verdadeiros socialistas como Axelrod, Alexinsky e Souckhomline (mais detalhes dele abaixo na Nota 38), também conhecida pelo nome de Junior, que por longos meses exaltou a revolução russa nas colunas do órgão do [Partido Socialista Italiano].

Eduardo Bernstein escreveu páginas devastadoras contra o regime Leninista. Não menos impiedoso que Bernstein foi Kautsky. Igualmente categórica foi a Branting. Ontem estávamos imprimindo os pensamentos de Van Kol nestas colunas, veterano do movimento socialista holandês, além dos "Quarenta da França", ou seja, os 43 deputados socialistas que se separaram dos demais, têm
solenemente declarado em um manifesto que "o Leninismo nada mais é que a caricatura do socialismo".



A condenação do Leninismo parte sobretudo dos homens do socialismo; e espero que a desastrosa experiência Russa reverbere sobre o socialismo internacional, que agora se divide entre duas grandes frações lutando entre si com palavras nos países burgueses e disparando canhões contra irmãos socialistas.

Pavel Borisovich Akselrod

Também chamado Paul Axelrod [foi um] teórico marxista, membro proeminente do primeiro Partido Social-Democrata dos Trabalhadores da Rússia, e um dos líderes da ala reformista da social-democracia russa, conhecida depois de 1903 como os Mencheviques.

Akselrod participou do movimento Narodnik (populista) durante a década de 1870 e formou o revolucionário grupo de fragmentação "Repartition Preta" com Georgy Plekhanov em 1879. Mais tarde, viajando para a Europa Ocidental, tornou-se marxista e fundador da "Libertação do Trabalho" (1883), a primeira organização comprometida com a difusão do marxismo na Rússia. Ingressou também no conselho editorial do jornal marxista Iskra (1900; "The Spark"). 

Ele adotou o Menshevismo no Segundo Congresso dos Social-Democratas Russos (1903), e durante os 15 anos seguintes foi o ideólogo líder dos Mensheviks.  Akselrod apelou aos marxistas russos para que abandonassem as atividades revolucionárias violentas e, em vez disso, concentrassem seus esforços na organização do trabalho e no trabalho parlamentar na tradição social-democrata da Europa ocidental.

Akselrod se opôs à estratégia do líder bolchevique Vladimir Lenin de organizar um partido político marxista altamente centralizado, liderado por revolucionários profissionais, e ele previu que, se tal partido viesse a ganhar poder na Rússia, ele simplesmente substituiria o despotismo do czar autocrático por sua própria forma de despotismo.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Akselrod favoreceu a defesa da Rússia e se opôs à Revolução Bolchevique em outubro de 1917. Depois viveu na Europa Ocidental, onde foi um dos principais críticos marxistas do domínio leninista. Suas memórias Perezhitoye i peredumanoye ("Experiências e Reflexões") foram publicadas em 1923.


Grigory Aleksinsky 

Veja como até hoje o movimento Marxista defende Lenin contra Aleksinsky.
Não há material sobre Aleksinsky além das acusações marxistas.

"Virou depois [da Revolução] de julho um contra-revolucionário. Autor de falsificações contra Lênin como agente alemão. Em emigração desde abril de 1918, ingressou na organização contra-revolucionária do General Wrangel"

Eduard Bernstein

Propagandista social-democrata, teórico político e historiador, um dos primeiros socialistas a tentar uma revisão dos princípios de Karl Marx, como o abandono das idéias do iminente colapso da economia capitalista e a tomada do poder pelo proletariado. 

Embora não fosse um teórico distinto, Bernstein, chamado de "o pai do revisionismo", previa um tipo de social-democracia que combinava iniciativa privada com reforma social.

Expulso da Suíça a pedido de Bismarck em 1888, Bernstein continuou a publicação do periódico em Londres. Lá, tornou-se amigo íntimo de Friedrich Engels, colaborador e patrono de Marx, e também veio a conhecer intimamente os líderes da influente Sociedade Fabiana, que defendia um desenvolvimento gradualista do socialismo. Bernstein expôs sua visão revisada em uma série de artigos e em uma carta à reunião do Partido Social Democrata em Stuttgart, em 1898.

Durante a Primeira Guerra Mundial se juntou aos Socialistas Independentes para protestar contra o apoio do seu partido à guerra. Assim que a paz foi restaurada, porém, ele voltou ao seu antigo partido e se opôs àqueles que queriam transformar a revolução política de novembro de 1918 em uma revolução social. Ele acreditava que o estabelecimento da república parlamentar abriu o caminho para o progresso ininterrupto, e após a guerra ele serviu como secretário de Estado da Economia e Finanças em 1919.


Karl Hjalmar Branting

 Estadista sueco e pioneiro da social-democracia, cuja diplomacia internacional conciliadora.

Após estudar ciência em Estocolmo e Uppsala, Branting, em 1883, começou a trabalhar para o jornal radical Tiden, tornando-se seu editor pouco tempo depois. Em 1886 assumiu a redação do Social-Demokraten, e, quando o Partido Social Democrata foi formado, em 1889, ele se destacou entre os seus fundadores.

Após a retirada unilateral da Noruega da união com a Suécia em 1905, juntamente com outros socialistas e liberais, Branting desempenhou um papel importante no acalmar do sentimento revanchista sueco.

Em 1907 Branting tornou-se líder de seu partido, mobilizando as classes trabalhadoras em apoio à demanda por sufrágio adulto, igual e direto, mas ao mesmo tempo facilitando a cooperação com os elementos progressistas liberais. Dessa tática resultou o governo de coalizão liberal-socialista de 1917, no qual foi ministro das finanças, e uma reforma constitucional de 1918 que facilitou a difusão da social-democracia em toda a Suécia. 

Em março de 1920 Branting formou o primeiro governo social-democrata da Suécia, mas as eleições realizadas no mês de setembro seguinte foram contra ele. Ele retornou ao poder em setembro de 1921, mantendo o cargo até abril de 1923. Em outubro de 1924, ele formou um terceiro governo, mas a doença levou à sua demissão em 25 de janeiro.


Henri van Kol

Van Kol foi inicialmente um engenheiro nas Índias Orientais Holandesas. Em 1913, ele estava entre os defensores da participação governamental [dos Socialistas] através do "Partido Social Democrata dos Trabalhadores" e foi eleito.

Era um homem rico e um generoso patrocinador do movimento socialista. No entanto, suas atividades comerciais secretas na colônia das Índias Orientais Holandesas estavam em desacordo com os ideais do "Partido Social Democrata dos Trabalhadores".



Nota 33

Os mestres da escola do socialismo nos ensinaram que o socialismo só pode materializar em circunstâncias objetivas e determinantes" que incluem "o fato que o capitalismo há atingido a fase final de seu desenvolvimento, um meu reduzido ao controle de uns poucos monopolistas dos meios de produção e troca.

Ao contrário daqueles plutocratas, haveria uma miserável massa de trabalhadores empobrecidos que os expropriariam. Tal revolução seria possível somente se o proletariado tivesse amadurecido para a consciência econômica, curado para organização e responsabilidades gerenciais".

Divagazione





DIVAGAÇÃO

Uma vez, quando fui para a escola de socialismo, os professores e os gurus da doutrina me ensinaram que o socialismo é essa coisa que não pode ocorrer sem que certas circunstâncias sejam levadas em conta.

Disseram-me que o advento do socialismo pressupõe um capitalismo que atingiu o último estágio de seu desenvolvimento, com uma economia nacional reduzida em poucas mãos e controlada por poucos monopolistas; eles me disseram que diante desse punhado de gigantescos plutocratas, é necessário, para alcançar o socialismo, uma massa interminável e cada vez mais miserável de proletários, que, através da luta de classe levadas às consequências extremas de uma luta de princípios, expropriaria - violentamente ou pacificamente - a burguesia. 

Este foi o processo histórico divinizado por Karl Marx.

Ou seja: não nascerá nenhum socialismo onde a burguesia ainda não preencheu sua função histórica, que é substituir a economia medieval pela economia capitalista; da economia de armas para a economia de máquinas; da economia doméstica para a economia da oficina; da economia dos indivíduos para a economia dos grupos e massas. 

Nenhum socialismo é possível, onde não há proletariado consciente e evoluído, enquadrado em organizações econômicas, sociais e políticas e treinado em gestão de negócios.

Era o que dizia a doutrina. Foi isso que os professores pregaram. 

Agora, deste ponto de vista da ortodoxia socialista, a nação que mais tinha os requisitos objetivos para a realização do socialismo era a Alemanha; a nação menos dotada, certamente a Rússia.

Acontece é que a Rússia - ou parte dela - estabeleceu o regime socialista, enquanto na Alemanha os socialistas, quase todos ao menos, ainda estão marchando atrás de Hindenburg.

Das duas, uma! 

Ou o que os professores e os apóstolos pregavam como o conteúdo substancial da doutrina socialista está correto e o que foi estabelecido em Moscou não é, não pode ser socialismo; logo usurpam ilegitimamente este nome;

Ou o Regime dos Soviéticos é o regime socialista e a doutrina socialista sofreu a mais forte das negações, a maior das negações, porque o socialismo foi realizado contra ele, contra o seu
suas proposições, contra suas previsões, contra seus dogmas.

Nota 34, 35 e 36


Nota sobre o texto:
Mussolini lembrou aos socialistas que, para "libertar" toda a humanidade, o marxismo tinha tradicionalmente e consistentemente antecipado a revolta proletária em circunstâncias de abundância econômica.

Intercâmbio sobre Materialismo Histórico
Debate entre Karl Kautsky e E. Belfort Bax
https://www.marxists.org/archive/kautsky/1896/histmat/index.htm

Agora que definimos exatamente o fenômeno a ser explicado, examinemos o movimento econômico, que coincide com o movimento acima no que diz respeito ao espaço e ao tempo. Ali encontramos que o período de florescimento começa com as guerras persas (492-479 a.C.) e termina com o Peloponeso (431-404 a.C.). Cada uma dessas guerras inaugurou uma revolução econômica.

Não eram apenas as riquezas que ofereciam essas condições; isso também se encontrava em outros lugares. Mas nunca e em nenhum lugar na antiguidade se fez uma revolução econômica, como acabo de descrever, procedendo com tanta rapidez, ou tão imediatamente, como em Atenas do século V a.C. 

Em nenhum lugar, portanto, houve um impulso tão poderoso ao pensamento e à imaginação, à capacidade filosófica e artística; em nenhum lugar se obtiveram êxitos tão inesperados; em nenhum lugar a população foi tão cheia de confiança e bravura que se comunicou aos artistas e pensadores e os forçou a tentar os problemas mais difíceis.

Na minha resposta no nº 47 do Neue Zeit, acusei Bax de inconsistência, na medida em que ele, no "Socialismo: Seu Crescimento e Resultado", traça a perda do amor medieval pela vida e a ascensão do Puritanismo na Inglaterra em uma ocasião ao desenvolvimento econômico, e algumas linhas depois ao espírito peculiar do povo inglês.

Bax: "Em geral, concordo prontamente com Kautsky e seus amigos que a alteração do temperamento inglês no final do século XVI e início do século XVII, deve ser traçada à revolução econômica que então se deu."

https://www.marxists.org/archive/kautsky/1896/histmat/hm3.htm

Prefácio, A Crítica da Economia Política 
Karl Marx

A conclusão geral a que cheguei e que, uma vez alcançada, tornou-se o princípio orientador dos meus estudos pode ser resumido da seguinte forma.

Na produção social de sua existência, os homens entram inevitavelmente em relações definidas, que são independentes de sua vontade, ou seja, relações de produção adequadas a uma determinada etapa do desenvolvimento de sua forças materiais de produção.

A totalidade dessas relações de produção constitui o conjunto das forças econômicas de produção, o verdadeiro fundamento da estrutura da sociedade, sobre o qual surge uma superestrutura jurídica e política e para a qual correspondem a formas definidas de consciência social.

O modo de produção da vida material condiciona a processo geral da vida social, política e intelectual.

Não é a consciência do homem que determina sua existência, mas sua existência social que determina sua consciência.

Em um determinado estágio de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em conflito com as relações existentes de produção ou -- isto apenas expressa a mesma coisa em termos legais -- com as relações de propriedade dentro cujo quadro eles têm operado até agora.

A partir de formas de desenvolvimento das forças produtivas essas relações a se tornarem seus grilhões.

Começa então uma era de revolução social.

As mudanças na base econômica leva mais cedo ou mais tarde à transformação de toda a imensa superestrutura.

Estudando tais transformações é sempre necessário distinguir entre a transformação material
das condições econômicas de produção, que podem ser determinadas com a precisão das ciências naturais, e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas - em suma, ideológicas, em que o homem toma consciência desse conflito e tenta combatê-lo.

Assim como não se julga um indivíduo pelo que ele pensa em si mesmo, por isso não se pode julgar tal período de transformação pela sua consciência, mas, ao contrário, essa consciência deve ser explicada a partir das contradições da vida material, a partir do conflito existente entre as forças sociais de produção e as relações de produção.

Nenhuma ordem social é destruída antes que todas as forças produtivas para as quais ela é suficiente tenham sido desenvolvidas, e novas relações superiores de produção nunca substituem as mais antigas antes das condições materiais para a sua existência tenham amadurecido no quadro da velha sociedade. 

A humanidade assim, inevitavelmente, se estabelece apenas tarefas que consegue resolver, pois um exame mais atento sempre mostrará que o problema em si surge somente quando as condições materiais para sua solução já estiverem presentes ou, pelo menos, no decorrer de formação.

Em linhas gerais, os modos de produção asiáticos, antigos, feudais e modernos burgueses podem
ser designados como épocas marcantes para o progresso do desenvolvimento econômico da sociedade.

O modo burguês de produção é a última forma antagônica do processo social de produção -- antagônica não no sentido de antagonismo individual, mas de um antagonismo que emana da condições de existência social dos indivíduos  -- mas as forças produtivas que se desenvolvem dentro da sociedade burguesa também criam as condições materiais para uma solução deste antagonismo. 

A pré-história da sociedade humana se fecha assim com esta formação social.

https://www.marxists.org/archive/marx/works/download/Marx_Contribution_to_the_Critique_of_Political_Economy.pdf

Nota 37


Nota sobre o texto:

Mussolini repetiu a advertência de Kautsky: revolução em tão alarmante circunstância
só poderia produzir uma ditadura de um pequeno grupo de aventureiros, em detrimento da grande maioria dos trabalhadores e camponeses.
A conseqüência inevitável só poderia ser o conflito entre e entre as organizações "proletárias", cada uma em busca de vantagem em um ambiente totalmente desadequado aos resultados socialistas.

Engels havia previsto tal eventualidade em circunstâncias em que um "líder revolucionário" faria uma revolução nas condições econômicas primitivas.

A Guerra dos Camponeses na Alemanha
Karl Marx e Frederick Engels

https://www.marxists.org/archive/marx/works/1850/peasant-war-germany/ch06.htm

A pior coisa que pode acontecer a um líder de um partido extremo é ser obrigado a assumir um governo numa época em que o movimento ainda não está maduro para a dominação da classe que ele representa e para a realização das medidas que essa dominação implicaria.

O que ele pode fazer não depende da sua vontade, mas da agudeza do choque de interesses entre as várias classes, e do grau de desenvolvimento dos meios materiais de existência, das relações de produção e dos meios de comunicação em que se baseia sempre o choque de interesses das classes.

O que ele deve fazer, o que seu partido exige dele, mais uma vez não depende dele, nem do grau de desenvolvimento da luta de classes e de suas condições.

Ele está limitado às suas doutrinas e às exigências até então propostas que não emanam das inter-relações das classes sociais em um dado momento, ou do nível mais ou menos acidental das relações de produção e dos meios de comunicação, mas de sua visão mais ou menos penetrante do resultado geral do movimento social e político.

Assim, ele necessariamente se encontra em um dilema.

O que ele pode fazer está em contraste com todas as suas ações como até agora praticadas, com todos os seus princípios e com os interesses atuais do seu partido; o que ele deve fazer não pode ser alcançado. Em uma palavra, ele é obrigado a representar não seu partido ou sua classe, mas a classe para a qual as condições estão maduras para a dominação.

No interesse do próprio movimento, ele é obrigado a defender os interesses de uma classe estrangeira, e a alimentar sua própria classe com frases e promessas, com a afirmação de que os interesses dessa classe estrangeira são os seus próprios interesses.

 Quem se coloca nesta posição embaraçosa, está irrevogavelmente perdido.

Temos visto exemplos disso em tempos recentes.

Basta lembrar a posição assumida no último governo provisório francês pelos representantes do proletariado, embora eles tenham representado apenas um nível muito baixo de desenvolvimento proletário.

Quem ainda pode esperar por posições oficiais depois de ter se familiarizado com as experiências do governo de fevereiro - para não falar dos nossos nobres governos provisórios alemães e das regências imperiais - ou é insensato além da medida, ou na melhor das hipóteses só presta um serviço labial ao partido revolucionário extremo.

Nota 38




OS HORRORES DO "BANDITISMO" LENINISTA
DENUNCIADO POR UM SOCIALISTA RUSSO NA REVISTA DE FILIPINO TURATI
Opera Omni: Volume 11
Página: 395

Na última edição da Crítica Social, o Honorável Claudio Treves afirma no encerramento de um de seus artigos que "o leninismo não se exorcizado com o florescimento da difamação organizada por agências não-oficiais". Ótimo. [Porém] na mesma edição, algumas páginas depois, há um documento que pertence ao tipo trágico. 

É um artigo chamado "O Terror".

O autor não é burguês, não é correspondente de uma agência não-oficial, mas é um socialista revolucionário russo, colaborador até ontem do órgão oficial socialista, onde ele teceu [até algumas] exaltações da "Revolução Russa".

"O Crítico Social", escreveu:

"A cada dia a notícia fica mais terrível. Nessas condições, um Partido Socialista estaria faltando ao seu dever se se recusasse a se informar, no interesse de sobre o que é possível, e para informar seus amigos sobre o estado real das coisas. 
Artificialmente fechar os olhos e ouvidos à verdade por medo de [que a verdade seja] do interesse da imprensa reacionária, ocultando para nós mesmos os rumores de protesto dos mais notórios e insuspeitos socialistas russos e recusando-se a ajudar - não fosse a publicidade honesta e cautelosa dos esforços que eles fazem para salvar o socialismo e seu país do despotismo anarquista, o que significaria a inevitável derrota da revolução - na Rússia, em todo o mundo civilizado - para o benefício da contra-revolução reacionária e militarista, nós nos tornaríamos cúmplices dessa mesma contra-revolução.
Então estamos colocando neste arquivo um primeiro artigo, todo documentado, que recebemos - já se passaram várias semanas - do Camarada Vassily Souckhomline (o Junior do jornal "Avanti"), fortemente fiel a revolução socialista, e que, enquanto morava em Milão, nós apreciamos pessoalmente a sua probidade intelectual absoluta, além de que singular equilíbrio de julgamentos
e clarividência política excepcional".

Nada acrescentamos a esta apresentação biográfica.

Há alguns meses atrás, nós tivemos acesso ao apelo contra os massacres organizados pelos leninistas, feito pelo Partido Operário socialista Russo que saiu n"O Crítico Social". Este apelo causou uma grande impressão mesmo entre as massas trabalhadoras. 





Porém, o artigo de hoje do Junior é infinitamente mais sério. O que foi estabelecido na Rússia - através da traição e cumplicidade com os alemães - não é um regime socialista, é uma autocracia vermelha, que possui czares, arquiduques, oficiais, policiais, uma força como a de Nicolas II.

[Enquanto isso na] Itália os socialistas gritam "Viva Lenin!" e onde o seu congresso foi resolvido,
em todos os momentos, em uma glorificação do ditador sanguinário que rasga Moscou. [Por isso] devemos dar máxima circulação a escritos como este de Junior.

 Atenção: nós entendemos que no momento da luta é preciso ir além dos limites da legalidade e até mesmo da humanidade. É triste, mas pode ser necessário.

No entanto, a violência deve ser a exceção, não o sistema de governo. 

 O que tem os socialistas acusam e repreendem no regime capitalista? De ser um regime baseado na "violência". E o que há de diferente no Leninismo? 

Correto será dizer que o órgão do Partido Social-Bolchevique vai ignorar profundamente o artigo do Junior. A Igreja Socialista oficial não admite [críticas] aos seus ídolos, a sua verdade, aos seus fatos. 

Todo o resto não existe.

Mas aqui tiramos a revista [da] clandestinade, [e pela] requisição do Júnior, a espalhamos entre o
vasto público da classe trabalhadora e não trabalhadora, porque é certo, é humano, e é claro que um regime como o de Lenin é execrável.

Nota 39


Mussolini argumentou que Lenin tinha reconstruído os tradicionais sistema político "burgueses" repousando o Estado na trindade "burocracia, militares e a polícia". O exército, acrescentou Mussolini, foi utilizado não só para proteger as fronteiras, mas também para a expansão territorial.

Mussolini, “Crepuscoli: I templi le gli idoli,” Opera Omni: Volume 14, p. 337.





CREPÚSCULO
TEMPLOS E ÍDOLOS

Logo após o velório da chamada Rússia bolchevique, quem na Itália ainda terá coragem de gritar "Viva Lenin"? Talvez nós; talvez apenas nós, que alegremente usamos o apelido de "reacionários", através do qual os autodenominados revolucionários negaram de forma congênita a revolução, iludindo-se para nos difamar. às vastas multidões do seu rebanho infectado.

O que você vê nos permite avaliar a partir de agora Nicola Uljanov Lenin como entre os maiores reacionários da Europa. Ele é o único que tem a coragem de ser reacionário no sentido antigo e no sentido moderno (ou seja, reação a todas as desintegrações econômicas, políticas, morais da vida social). A República dos Conselhos é um estado. Lênin é um governo ditatorial que se estabeleceu no terror mais sangrento. A camuflagem da ditadura proletária esconde, na realidade, a ditadura de alguns homens pertencentes a uma fração do antigo partido socialista russo.

Como todos os governos que foram, que são e que serão, na Rússia há uma constituição orgânica que repousa sobre este tripé: exército, polícia, burocracia. Uma burocracia para a administração. E a burocracia bolchevique tem proporções fantásticas.

O Bolchevique Monastireff escreveu "que a história do mundo ainda não conheceu instituições burocráticas com tantos funcionários como as existentes na União Soviética". Em Petrogrado, na seção de Educação Pública, são vinte e um mil funcionários e em Moscou, no Comitê Central de
a gestão de fábricas têxteis, mais de seis mil. Uma polícia para impor ordem dentro do seu território; um exército para manter a sua existência e para a expansão territorial.




Todas as notícias que chegaram nas últimas semanas da Rússia - autênticas, porque não negadas pelos bolcheviques do Ocidente; autênticas, sobretudo, porque foram tiradas dos quatro jornais Sovieticos, os únicos cheios de mofo em todo o território russo - são tais que congelaram a espinha de muitos dos seus entusiastas.

Os anarquistas já levantaram o alerta anti-Bolshevique. Luigi Bertoni, no Réveil, que é, a propósito, o mais antigo semanário um anarquista da Europa, denuncia, em termos violentos, o truque da ditadura proletária, que supostamente deveria ser "provisória" e, em vez disso, está se tornando definitiva. Isso mesmo, exclama Bertoni; nada é mais definitivo do que o temporário! Essa oposição dos anarquistas tem seu valor, do ponto de vista individual, mas não terá muito efeito imediato ao estado de espírito das massas.

[Os socialistas] não acreditam nas notícias que 189 trabalhadores das oficinas de Putiloff foram fuzilados; eles não acreditam que aconteceu a abolição das oito horas de trabalho; ou que houve introdução de trabalho forçado como punição; eles não acreditam na transformação do exército de guerra em um exército de trabalho forçado;

Então tiramos de seu próprio Gospel os documentos que comprovam a rápida e frenética involução do bolchevismo rumo ao capitalismo.



Esta é a entrevista de Krassin, transmitida por rádio pelo congressista Lansbury ao Daily Herald. A certa altura, Krassin diz:
Pode ser possível deixar uma parte considerável de território para a exploração comercial dos capitalistas estrangeiros."
O que é que isso significa? É claro que o capitalismo estrangeiro, porque capitalismo e porque  estrangeiro, não se adaptará ao regime soviético.




Para isso, o regime soviético deve "reverter "; deve cancelar a máscara comunista, deve abolir este regime econômico e tudo o que possa lisonjear o impulso produtivo do neo-capitalismo.

Este decreto não precisa de glosas ilustrativas. É um golpe mortal para a constituição comunista das fábricas, é um retorno às hierarquias e à disciplina da fábrica capitalista.




Aqueles que vêem em Lenin uma espécie de Messias que trouxe uma espécie de paraíso na terra, não demorarão em acusá-lo de ser um vendido ou um renegado. Lenin não implantou o socialismo na economia, e muito menos na política. Ele não podia. Mas pode dizer-se que Lenin agiu de certa forma seguindo a linha do marxismo mais ortodoxo.

No "Manifesto Comunista", o profeta de Trier proclama:
Os comunistas estão com a burguesia contra os feudalistas burguês



Esta divisão de divisões e funções pode nos dar a medida do trabalho de Lenin. Ele não "fez" o socialismo, mas derrubou todas as incrustações parasitárias da vida russa, que impediram o desenvolvimento do capitalismo, do qual só o Socialismo pode nascer, desenvolver-se e herdar... em poucos séculos...

Lenin criou as condições necessário e suficiente para que a Rússia se torne um dos países
mais "capitalista" do mundo. Lenin arrancou o feudalismo das suas raízes e agora convoca os capitalistas para reunir, reorganizar, despertar, multiplicar a vida da Rússia que tem infinitas possibilidades.

Parte citada por Mussolini do "Manifesto Comunista":



40. See Mussolini’s comments in “La politica nazionale: Primo squilo,” Oo, 12, pp.
222–223, and “Posizione,” together with “Triplice condanna,” Oo, 13, pp. 29, 77–79.
41. Mussolini, “Divagazione: Contro la bestia ritornante . . .” Oo, 12, pp. 231–
232.
42. Mussolini, “Un altro passo,” Oo, 12, pp. 229–230.
43. All these themes had been bruited by syndicalists and their sympathizers be-
fore and early in the course of the Great War. See the discussion in Roberto Michels,
L’imperialismo italiano (Milan: Societa Editrice Libraria, 1914), and Corridoni, Sin-
dacalismo e repubblica.
44. Mussolini, “Nel mondo sindacale Italiano: Rettifiche di tiro,” Oo, 12, pp.
250–251.
45. The following provides a summary of Mussolini’s presentation in the hall
of the Industrial and Commercial Alliance at the meeting at 9 Piazza San Sepolcro,
Milan, in the morning of 23 March 1919. Mussolini, “Atto di nascita del fascismo,”
Oo, 12, pp. 321–327.
46. See, for example, Mussolini, “Ideali e affari,” Oo, 13, p. 72. There was a regu-
lar repetition of the twin themes, the nation and production, in Mussolini writings
and discourses. See Mussolini, “Il fascismo e le agitazioni operaei,” and “Sindacal-
ismo francese: Una dichiarazione-programma,” Oo, 14, pp. 245, 286.
47. Mussolini spelled out the relationship in a number of places. In one place
he cataloged the elements: “There can be no greatness for the nation . . . without
the development of production . . . and [that cannot be forthcoming] without the
nation securing its place in the world.” Mussolini, “Le minoranze sindacali in Italia:
Dall’episodio alla situazione generale,” Oo, 14, p. 329.
48. Mussolini spoke of Italians suffering a “precapitalist mentality” in a world of
intense economic and political competition. He spoke of the nation’s economy as a
vassal to that of foreigners. He insisted that the Italy of tour guides and mandolin
players was a thing of the past, and that “production” was to be the imperative guid-
ing Italy’s “marvelous rebirth.” “Production, production, production” was the im-
mediate necessity. “Producers” were to be the normative models for the new Italy.
Mussolini, “Orientamenti e problemi,” Oo, 11, pp. 282–284.
49. As has been indicated, Mussolini had long so understood the dynamics of
mass movements. For a typical treatment, see Mussolini, “La data,” Oo, 11, p. 370.
50. The explicit argument with which Mussolini, as a revolutionary socialist and
syndicalist, was familiar, was that of Roberto Michels, Zur Soziologie des Parteiwesens
of 1911, which appeared in an Italian edition as Sociologia del partito politico nella
democrazia moderna in 1912. The central argument, common to all the antiparlia-
mentaristic sentiments of the radicals, was that all organizations have “oligarchic
tendencies,” and the suggestion that parliamentary democracy might be an excep-
tion was seen as a fiction. Parliamentary democracy was the “charter myth” of bour-
geois oligarchic rule. Mussolini was familiar with Michels’s works as early as 1909.
See Roberto Michels, Political Parties (New York: Dover, 1959). Before the Great
War, Mussolini spoke of “parliamentary cretinism,” as conducive to “fraud” and
deception, created to corrupt and be corrupted—governed by those possessed of
Notes to Chapter Eleven
371
wealth and titles. See Mussolini, “La fattucciera,” “Il primo congresso dei ‘destri,’”
Oo, 5, pp. 8–9, 25.
51. The “maximization of production” was a constant theme during the first
months of organization for the fasci. See, for example, Mussolini, “Orientamenti e
problemi,” Oo, 11, pp. 282–28, “Nel mondo sindacale Italiano: Rettifiche di tiro,” Oo,
12, pp. 249–251. The indifference to specific tactics for those that actually worked
was a recurrent theme. Mussolini, “Le minoranze sindacali in Italia: Dall’episodio
alla situazione generale,” Oo, 14, p. 329.
52. Marxism, in general, held government in “bourgeois” circumstances to be
little other than a committee that served the interests of property. Engels clearly
dismissed the representative democracy of the United States of the period as of-
fering nothing other than opportunities for “politicians” to form “a separate and
powerful section of the nation” to control the proletariat. See Engels, Introduction
to “The Civil War in France,” in Marx and Engels, Selected Works (Moscow: Foreign
Languages Publishing House, 1955), 1, p. 483. See Lenin’s comments on Engels’s
view of the “modern representative state” as an “instrument of exploitation of wage-
labor by capital.” Lenin, “The Proletarian Revolution and the Renegade Kautsky,”
Collected Works (Moscow: Progress Publishers, 1965), 28, p. 243. Lenin insisted that
elections could only serve as indicators of public sentiment and that only the “au-
thority of the armed people,” rather than the exercise of suffrage, could determine
society’s future. Ibid., p. 255.
53. Mussolini, “Dopo quattro anni,” Oo, 11, pp. 54–55. See “La vittoria fatale,”
Oo, 11, pp. 86–87.
54. Mussolini spoke candidly of what “socialism” might be understood to be.
He insisted that so much of what had been socialism had been transformed by
events, that it was impossible to pretend that “socialism” had a single significance.
Whatever socialism was to be after the conclusion of the Great War, it would have
to address contemporary problems rather than pretend that it might simply remain
“loyal” to dogmas half-a-hundred years old. See Mussolini “Divagazione,” Oo, 11,
pp. 270–272.
55. See the discussion in Mussolini, “Dopo il congresso sindacale: Orientamen-
ti,” Oo, 11, p. 118.
56. See the entire discussion in Sergio Panunzio, Sindacalismo e medioevo (Po-
litica contemporanea) (Naples: Partenopea, 1911), where the objections are raised
against the suppression of workers’ “autonomy” under the “leaden weight of the
political state.” See ibid., pp. 7–11, 18, 34–37, 41–43. At that time, Panunzio held that
“syndicalism prepares, with the sovereignty of syndicates, for the destruction of the
unity of the state and the advent of particularistic and autonomous economic, political
and social regime comparable to the communes of medieval times.” Ibid., p. 57.
57. Panfilo Gentile, “Stato e sindacato,” Utopia, 2, nos. 9–10 (July 1914), pp.
273–277.
58. These are issues raised early by Panunzio in his discussion concerning the
role of law in any future syndicalist state. In 1912, about the same time that Gentile
wrote his piece for Utopia, Panunzio published his Il diritto e l’autorità: Contributo
alla concezione filosofica del diritto (Turin: U.T.E.T., 1912), in which he argued for the
possibilty of the persistence of law and authority without the existence of a state.
Notes to Chapter Eleven
372
59. Mussolini, “Studi socialisti: Tentativi di revisionismo,” Oo, 5, pp. 203–207.
60. Ibid., p. 206. The general index of persons named in the Opera omnia, vol-
ume 36 (see p. 85), does not cite Giovanni Gentile’s name on the indicated page, but
that is clearly an oversight. Mussolini is unmistakably referring to Giovanni Gentile
as the “other Gentile” that served as a “guide” to Panfilo Gentile.
61. Years later, in his discussion with Yvon De Begnac, Mussolini said that by
1908 he had already opposed himself to the representative system of democracy—
under the influence of Giovanni Gentile, among others. Yvon De Begnac, Palazzo
Venezia: Storia di un regime (Rome: La Rocca, 1950), p. 133.
62. See Giovanni Gentile, “Una critica del materialismo storico,” in La filosofia di
Marx: Studi critici, appendix to I fondamenti della filosofia del diritto (Florence: G. C.
Sansoni, 1955), pp. 143–196.
63. An English version of the 1899 edition of Benedetto Croce, Historical Mate-
rialism and the Economics of Karl Marx (New York: Macmillan, 1914) is available.
64. In his discussion, Mussolini refers to the criticisms of both Croce and Sorel.
Both had argued against the strict determinist interpretation of Marxism—and
both sought to provide a defensible ethical rationale for socialism. See in that re-
gard, Georges Sorel, “La necessità e il fatalismo nel marxismo,” Saggi di critica del
marxismo (Milan: Remo Sandron, 1903), pp. 59–94.
65. Giovanni Gentile, L’atto del pensare come atto puro (Florence: G. C. Sansoni,
1937; reprint of the 1912 edition).
66. See Gentile’s discussion of his “method of immanence” in Giovanni Gen-
tile, La riforma della dialettica hegeliana (Florence: G. C. Sansoni, 1954; a third,
modified edition of that published in 1913), chap. 8.
67. An excellent exposition of Gentile’s social and political thought available in
English is H. S. Harris, The Social Philosophy of Giovanni Gentile (Urbana: Univer-
sity of Illinois Press, 1960). An English exposition of his technical philosophy can
be found in Roger W. Holmes, The Idealism of Giovanni Gentile (New York: The
Macmillan Company, 1937). I have provided a brief, summary account of Gentile’s
actualism in Gregor, The Ideology of Fascism, chap. 5 and Giovanni Gentile: Philosopher
of Fascism (New Brunswick: Transaction Publishers, 2004), chap. 3.
68. So seriously, as has been indicated, that V. I. Lenin recommended Gentile’s
work on Marx to his audiences.
69. See Gentile’s discussion in “La filosofia della prassi,” in I fondamenti della
filosofia del diritto, particularly pp. 226–230.
70. The “immanence” of society in the individual is at the core of actualism’s
epistemology and politics. The argument appears early in his writings and runs
throughout his works, in his pedagogical, religious, and technical writings. For an
insight into how his method of immanence operates in the political domain, sum-
mary treatment is found in his last work, Genesis and Structure of Society (Urbana:
University of Illinois Press, 1960), conveniently available in English translation. An
early expression of the impact of his doctrine of immanence on his political thought
can be found in English translation in Gentile, “The Reform of Education,” in Ori-
gins and Doctrine of Fascism (New Brunswick: Transaction Press, 2002).
71. Mario Missiroli, an actualist of sorts, argued in the pages of Mussolini’s Uto-
pia that “the state and the citizen are one thing. . . . The error of democracy arises in
Notes to Chapter Eleven
373
maintaining that liberty consists in the slackening of the ties between the state and
the individual; actually these ties should be eliminated by having each citizen feel
himself the state, entirely the state.” Mario Missiroli, “L’Italia e la Triplice,” Utopia, 2,
11–12 (15 August–1 September 1914), p. 348.
72. That was the “anti-intellectualism” that characterized actualism. It was the
epistemological objection to the disposition of intellectuals to conceive human ex-
perience as composed of thinking individuals being confronted with an unthinking
and opaque “external” reality. Subsequent discussants interpreted Gentilean anti-
intellectualism to mean an opposition to reason and reasoning—a totally objection-
able interpretation. See the more elaborate discussion in Gregor, The Ideology of
Fascism, pp. 120–127, 205–238; and Mussolini’s Intellectuals: Fascist Social and Political
Thought (Princeton: Princeton University Press, 2005), pp. 92–98.
73. Gentile provided a didactic treatment of his notions of immanence and the
ultimate reality of multiplicities in unity in his Introduzione alla filosofia (Rome:
Treves-Treccani-Tumminelli, 1931), chaps. 1 and 2. Recognizing that his account was
written in 1931, the discussion on the nature of the state and its relationship to
subject individuals is instructive. See particularly p. 16. The notion of the “ethical
state,” the precondition for the moral “new man” of Fascism is found in its essential
entirety in Gentile, Discorsi di religione (Florence: G. C. Sansoni, 1955; third edition
of the edition of 1920), pp. 20–23.
74. As early as 1920, Gentile included labor, as a creative expression of human
kind, in the very making of humanity. See Gentile, Discorsi di religione, p. 26. The
theme persisted throughout Gentile’s intellectual life and appears in his last work as
“the humanism of labor.” See Gentile, Genesis and Structure of Society, pp. 171–172.
75. See, for example, Giovanni Gentile, “La riforma della scuola media,” Rivista
d’Italia (January) 1906, pp. 1–31.
76. As has been indicated, these ideas were known to, and favored by, Giuseppe
Prezzolini and the Vociani, thinkers and thought that had documented influence on
the political convictions of Mussolini. By the end of the Great War, Sergio Panunzio
was employing Gentilean ideas in his exposition of revolutionary thought. See the
discussion on Panunzio in Gregor, Mussolini’s Intellectuals.
77. They included G. Lombardo-Radice and Mario Missiroli with whose writ-
ings Mussolini was very familiar. Both were Gentileans.
78. See the entire discussion in Gentile, “Le due democrazie,” Dopo la vittoria:
Nuovi frammenti politici (Rome: La voce, 1920), pp. 107–113. See the discussion con-
cerning the relationship of syndicates to the state in “Stati e categorie,” ibid., pp. 95–
100. At the time, Gentile spoke of the state as being not inter homines, but in interiore
homine, as a reality which “abstract individuals” intrinsically share. See “L’idea mo-
narchica,” ibid., p. 154. Years later, in the “Fundamental Ideas” of the official Dottrina
del fascismo, these thoughts are given expression in the following fashion: “Fascism
reaffirms the state as the true reality of the individual. . . . [Fascism] is the most ex-
plicit form of democracy if the people are conceived, as they should be, qualitatively
rather than quantitatively.” Mussolini, Dottrina del fascismo, Oo, 34, p. 120.
79. Such notions are found throughout Gentile’s early writings and they are
explicit in his writings at the time of the Great War. See the discussion in Dopo la
vittoria, where he states that political leaders have “historic significance” insofar as
Notes to Chapter Eleven
374
they speak for an entire people. Such a leader has a “personality” that represents the
will of a people, and acts effectively only insofar as he acts as they would have him
act. “The will of he who governs is the same will as that of the people.” See Gentile,
“Il significato della vittoria,” Dopo la vittoria, pp. 5–6, 8.
80. When the Dottrina del fascismo appeared, that was expressed in the follow-
ing fashion: “The human being is not an individual separated from all the others
to stand alone. The human being of Fascism is an individual who is nation and
fatherland, a moral law that unites individuals and generations in a tradition and
in a mission, that transcends the instinct of a closed and transient life of pleasure
to awake a commitment to a superior life free of the limitations of space and time.”
Mussolini, Dottrina del fascismo, Oo, 34, p. 117.
81. Mussolini, “Per rinacere e progredire: Italia marinara, avanti,” Oo, 14, pp.
203–206.
82. Mussolini spoke of Italy’s lack of industrial minerals, of its lack of iron, coal,
and oil—all of which contributed to the nation’s lack of competitiveness on the
world scene. Mussolini, “Il nostro dovere e quello di liberarci dal giogo della plu-
tocrazia internazionale,” Oo, 14, pp. 222–224.
83. Mussolini, “Ideale e affari,” “L’Adriatico e il Mediterraneo,” “Che possiede,
paghi!” “Cifre da meditare,” Oo, 13, pp. 72, 142–143, 224, 284.
84. Strikes cost the national economy 18.9 million man days of labor in 1919
and 16.4 million man days in 1920. See Gianni Toniolo, L’economia dell’Italia fascista
(Rome: Laterza, 1980), pp. 33–34.
85. Mussolini, “Discorso di Dalmine,” Oo, 12, 314–316.
86. See Mussolini, “Corso al disastro,” “In tema ferroviario: La nostra tesi,” “Lo
sciopero e un enorme delitto contro la nazione!” Oo, 14, pp. 169–170, 242–243, 260,
and particularly, “Ripresa scioperista,” Oo, 18, pp. 195–197.
87. At about the same time, Roberto Michels, who had written on Italy’s in-
ability to support its own population as one of the motives of its struggle against
the Turkish caliphate, continued to write extensively on the processes involved in
the economic and industrial development of less developed nations. See Roberto
Michels, Lavoro e razza (Milan: Vallardi, 1924). Mussolini, as has been indicated,
was familiar with the work of Michels as early as 1909.
88. Corridoni, Sindacalismo e repubblica, pp. 55–101.
89. See the discussion in Massimo Rocca, “Un neoliberalismo?” Risorgimento
(September 1921), reprinted in Il primo fascismo (Rome: Volpe, 1964), pp. 45–54. In
a protracted debate within the Fascist Party itself, Rocca made the case that many
syndicalists, including Filippo Corridoni, Paolo Orano, A. O. Olivetti, and Sergio
Panunzio, had contributed substantially to Fascist thought. See Rocca, “Le fonti
spirituali del fascismo,” L’Epoca (10 May 1924), in Il primo fascismo, pp. 136–137.
90. See the entire discussion in A. O. Olivetti, “Da Gian Giacomo Rousseau
alla Carta del Carnaro,” Pagine libere, 2 November 1922, reprinted in Battaglie sin-
dacaliste: Dal sindacalismo al fascismo, a manuscript copy of a collection of essays
by Olivetti, made available by his daughter. To be made available to the University
Library of the University of California, Berkeley.
91. Among some of the major syndicalists, like Panunzio, the state finally was
recognized as the ultimate arbiter of law.
Notes to Chapter Eleven
375
92. “Programma del PNF (1921),” in Renzo De Felice, Mussolini il fascista: La
conquista del potere 1921–1925 (Turin: Einaudi, 1966), p. 756.
93. Ibid., pp. 756–760.
94. The following account follows that of Mussolini, “L’Azione e la dottrina
fascista alle necessità storiche della nazione,” Oo, 18, pp. 411–421.
95. Ibid., pp. 412–413, 419.
96. See Alberto De’ Stefani, La restaurazione finanziaria: I risultati ‘impossibili’
della parsimonia (Rome: Volpe, 1978) and Una riforma al rogo (Rome: Volpe, 1963).
97. In June 1922, months before the March on Rome, Mussolini outlined the
characteristics of “Fascist syndicalism.” It would be a syndicalism that was compat-
ible with the most fundamental interests of the nation: the maintenance and expan-
sion of production. See Mussolini, “Fascismo e sindacalismo,” Oo, 18, pp. 225–227.
98. Sergio Panunzio, “Lo stato nazionale,” in Che cos’è il fascismo (Milan: Alpes,
1924), pp. 14–15, and Stato nazionale e sindacati (Milan: “Imperia,” 1924), particu-
larly pp. 7–11, 31–42, 72–75, 94. Already in March 1922, Panunzio spoke of a “strong,
powerful, and disciplined state.” Ibid., p. 108. In May 1923, he advocated the con-
struction of a state that was nothing less than “a most powerful Leviathan, a state
with powerful judicial capabilities enhanced by an ‘economic magistrature’ . . . to-
gether with a strong military.” Ibid., p. 107. Because of the increasing commitment
to the dominance of the state, the anarchist intellectuals that had collected around
Fascism, removed themselves. Anarchists of the intellectual quality of Ettore Bar-
tolozzi, Virgilio Galbiati and Edoardo Malusardi, withdrew from the Partito nazio-
nale fascista.
99. Mussolini, “Discorso di 3 gennaio,” Oo, 21, pp. 235–241.
100. Mussolini, “Sulla situazione interna,” “58a Riunione del Gran Consiglio
del Fascismo,” Oo, 21, pp. 248, 250–251. In April, he spoke of the imperative need to
develop the industrial economy of Italy in order that its armed forces be prepared
for war. See the ample discussion in Mussolini, “Per la riforma dell’esercito,” ibid.,
pp. 270–279.
101. Mussolini, “Il trattato di commercio con la Russia,” Oo, 21, p. 340.
102. Mussolini, “Nulla deve essere al disopra dello stato,” Oo, 21, pp. 324–336.
103. Mussolini, “Intransigenza assoluta,” Oo, 21, pp. 357–364.